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Cerca de 300 desabrigados continuam acampados em frente à Prefeitura do Rio

Prefeitura alega que não tem casas disponíveis para todos; desabrigados dizem que só sairão do local quando surgir uma solução imediata

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Cerca de 300 pessoas continuam acampadas sob chuva em frente à sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, região central da cidade. Elas esperam uma promessa de moradia. Há pouco, uma comissão formada pelos desabrigados entrou no prédio para uma reunião com representantes da Prefeitura na tentativa de chegar a um acordo. O grupo estava no prédio da empresa de telefonia Oi, no Engenho Novo, zona norte do Rio, ocupado desde o dia 31 de março e que foi desocupado pela PM na última sexta-feira,11.

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Por volta das 11h, segundo os desabrigados, uma tentativa de fechar a Avenida Presidente Vargas, uma das principais da cidade, em frente à Prefeitura foi coibida com gás lacrimogêneo pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar. "Jogaram gás na direção da passarela (da concessionária MetrôRio, onde mães com crianças se abrigavam da chuva), mesmo vendo um monte de bebês. Minha filha tem 1 ano e 9 meses e ficou chorando e tossindo", disse a dona de casa Ana Claudia dos Santos, de 30 anos.

Ela está no acampamento desde sexta e prefere ficar ao relento a morar de favor na casa da tia na favela do Jacarezinho, nos arredores do terreno da Oi. "Tenho quatro filhos e minha tia tem mais quatro. Não cabe todo mundo (na casa)". A Prefeitura alega que não tem casas disponíveis para todos. Por outro lado, os desabrigados sustentam que só sairão da frente do prédio municipal quando surgir uma solução imediata.

Cadastro. Enquanto mais de 300 desabrigados da Favela da Telerj protestam em frente à sede da prefeitura, por uma solução imediata e definitiva para conseguirem uma moradia, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), informou, por meio de nota, que quatro Centros de Referência de Assistência Social (Cras) na zona norte fazem o cadastramento das famílias para inclusão em programas sociais municipais. Os manifestantes querem que o cadastramento seja feito na sede da prefeitura, na Cidade Nova, centro do Rio.

Segundo a nota, a prefeitura oferece transporte para os desabrigados chegarem aos Cras no Lins de Vasconcelos, Manguinhos, Engenho de Dentro e Cachambi, bairros nos arredores do Engenho Novo, onde fica o terreno da empresa de telefonia Oi.

"A Prefeitura do Rio permanece em diálogo constante com as famílias. As conversas estão sendo conduzidas pessoalmente pelo vice-prefeito e secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires. Durante todo o fim de semana, diversas reuniões foram realizadas entre representantes da prefeitura e das famílias. Neste domingo, foi montado um posto avançado em São Cristóvão, para atendê-las, mas ninguém compareceu", diz a nota.

"Na sexta-feira, 11, equipes de assistentes sociais estiveram no terreno no Engenho Novo, mas apenas 177 pessoas aceitaram apoio. Os custos da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) e da Seconserva (Secretaria Municipal de Conservação)na operação de desocupação serão repassados para a Oi, proprietária do terreno, a fim de que o município seja ressarcido", completa a nota.

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