Chuvas causaram rompimento de barragem em MG

Conclusão sobre a causa da ruptura é de investigação do Ministério Público

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Por Agencia Estado
Atualização:

Uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais concluiu que ruptura da barragem de contenção de rejeitos da mineradora Rio Pomba Cataguases, em Miraí, na Zona da Mata mineira, ocorreu por causa de um desnivelamento no maciço da construção. Conforme laudo do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Caoma) - elaborado pela geóloga Marta Sawaya Miranda Camelo -, cujo resultado foi divulgado nesta quinta-feira, 22, o grande volume e a velocidade da água das chuvas levaram a um processo de erosão na barragem, que culminou com o rompimento, na madrugada do dia 10 de janeiro último. Pelo menos dois bilhões de litros de lama foram despejados em rios da região, atingindo os municípios de Miraí, Muriaé e Patrocínio do Muriaé, em Minas; Laje do Muriaé e Itaperuna, no Rio. Segundo o MP, o laudo foi feito com base em uma vistoria na barragem da mineradora, realizada logo após o acidente por técnicos do Caoma e da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). No documento foram listados os danos ambientais gerados pela inundação. A lama que vazou da barragem atingiu áreas de várzeas localizadas nas zonas rural e urbana, principalmente de Miraí. De acordo com o laudo, o soterramento de várias áreas e o assoreamento dos cursos d´água contribui para a destruição de ecossistemas e põe em risco a biodiversidade da região atingida. O vazamento também pôs em risco a saúde da população por causa do acúmulo de lama nas ruas que acabou se misturando ao lixo urbano. O MP estadual informou que acompanha agora o cumprimento das obrigações impostas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela mineradora. Reincidente, a Rio Pomba teve as atividades encerradas e foi multada em R$ 75 milhões. A empresa se comprometeu a ressarcir os prejuízos às populações atingidas pela mancha de lama.

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