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Cirurgia para colocar silicone cresce 30% a 2 meses dos desfiles

Colocação de implantes nos seios e nas nádegas e lipoaspiração são os procedimentos mais procurados

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Magrinha e baixinha, a fisiculturista pernambucana Gabriela Bayerlein, de 33 anos, 1,58 metro e 54 quilos, nunca se sentiu incomodada por ter seios pequenos. Mas, desde que foi convidada para ser rainha de bateria da escola de samba carioca Renascer de Jacarepaguá, ela se convenceu: tinha de colocar silicone para se destacar na Marquês de Sapucaí.

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Foram 305 mililitros em cada seio. “Eu sempre relutei, não queria ficar artificial. Em 15 dias me decidi e, desde que fiz a cirurgia, em dezembro, me apaixonei, fiquei muito mais bonita”, conta Gabriela, que participa de competições como “fitness model” e está em quinto lugar no ranking mundial.

Mesmo entre as mulheres que não participam dos desfiles, a busca por procedimentos como colocação de implantes – nos seios e nas nádegas – e lipoaspiração cresceu nos meses que antecedem o verão e o carnaval.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, tradicionalmente o mês mais disputado nos centros cirúrgicos ainda é julho, por ser período de férias e mais frio, o que torna o pós-operatório mais confortável. O período entre a segunda quinzena de dezembro e o meio de janeiro, entretanto, tem despontado: o movimento sobe 30% em relação à “baixa temporada”.

Prazos para sambar. No caso da lipo, um procedimento mais simples, em duas semanas já dá para sambar. Mas às pacientes que colocam silicone é recomendado um período de recuperação de três meses. “Em vez de viajar para a praia, as pessoas estão preferindo usar o dinheiro para a cirurgia, e aproveitam o período de descanso para isso”, diz o presidente da SBCP, João de Moraes Prado Neto.

No caso de Gabriela Bayerlein, o repouso não foi respeitado, por causa dos ensaios da escola. Ela nota os novos olhares. “O corpo fica mais feminino. A escola vai homenagear o cartunista Lan e por isso procurou uma mulher com tipo bem brasileiro.” Curiosamente, o cartunista é conhecido por desenhar mulatas de quadris generosos, e Gabriela é loura e tem músculos definidos.

Presidente da Silimed, fornecedora de próteses de silicone para todo o Brasil e mais 70 países, Gabriel Robert calcula que a demanda aumente em quase 50% nos meses de novembro e dezembro. Ele disse que as brasileiras têm preferido tamanhos de implantes cada vez maiores. “A venda de prótese de glúteo vem crescendo bastante: 90% nos últimos dez anos. As técnicas estão se aprimorando, e as pessoas vêm perdendo o medo de fazer a cirurgia.”

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Parcelamento. Para a classe média, outro fator que puxa a cirurgia para dezembro e janeiro é o pagamento do décimo terceiro salário. Em clínicas mais acessíveis, é possível parcelar em até dois anos o serviço. A colocação de prótese de silicone, no Rio, custa por volta de R$ 10 mil, e a lipoaspiração, R$ 8 mil.

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