Colunistas do Estado dão voz a vítimas de violência

Campanha do ‘Estado’ em parceria com agência chama atenção para o tema no Dia Internacional da Mulher

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Por Redação
Atualização:
. Foto: Arte/Estadão

Colunistas e blogueiras do Estado publicam nesta quinta-feira no portal estadao.com.br relatos reais de mulheres vítimas de violência no Brasil. A ação Colunistas (Des) Conhecidas é promovida pelo Estado, em parceria com a agência digital Bold Conteúdo, para o Dia Internacional da Mulher. “Queremos mais uma vez chamar a atenção para o problema buscando a transformação de uma realidade que muitas mulheres enfrentam. Nossa intenção é dar voz a essas questões graves, cotidianas e muito veladas”, diz Marcela Dalla, gerente de marketing do Estado. Os relatos foram colhidos pelas próprias colunistas e blogueiras com base em entrevistas com mulheres que sofreram agressões, indicadas pelo projeto Justiça de Saia, da promotora de Justiça Gabriela Manssur. Os textos serão publicados em primeira pessoa, sem revelar a identidade das vítimas.  De acordo com Gabriela, ações como essa são importantes para sensibilizar os leitores sobre o tema. “Você se coloca no lugar da vítima ou se identifica como autor da violência e vê os impactos disso na vida de uma mulher. Quem bate na mulher bate em toda a sociedade”, destaca a promotora.  Ao divulgar os textos em espaços que originalmente são usados para discussões sobre outros temas, a campanha pretende chamar a atenção para a questão. “O leitor que está acostumado a entrar em colunas, por exemplo, vai ser impactado com um relato real de violência contra a mulher”, diz Marcela.  Adriana Moreira, autora da coluna Viajar é Possível, é uma das que farão uma pausa nas publicações habituais para abrir espaço à história de uma vítima de violência doméstica. Segundo Adriana, o texto foi produzido após uma hora de conversa com uma mulher paulistana que sofria agressões psicológicas e físicas pelo companheiro.  “Ela se perguntava como a situação chegou àquele ponto. E quis ser ouvida para que outras mulheres prestem atenção aos sinais, que são sutis. Ela costuma dizer que a violência nunca começa com um soco”, conta Adriana, que se diz privilegiada por ter recebido a confiança de uma mulher para ouvir sua história.  De acordo com Daniele Marques, diretora de criação da Bold Conteúdo, além de deixar as histórias escritas tão poderosas quanto os relatos ouvidos, as blogueiras e colunistas do Estado mostram que “todo mundo que tem alguma influência e visibilidade pode e deve fazer algo para garantir que agredir uma mulher deixe de ser aceitável”.Hashtag. Para aumentar a repercussão e engajamento na campanha, foi criada também a hashtag #DeUmaVozPorTodas, que será usada ao longo do dia para divulgação dos relatos nas redes sociais do Estado.  “A partir do momento em que as pessoas se comovem e se indignam com as histórias contadas, e que se inspiram com a atitude das colunistas de ceder seus espaços, elas têm mais chances de compreender que podem intervir”, diz Daniele. Confira os textos publicados pelas colunistas do Estado:Família Plural - por Adriana Del Ré e Claudia Pereira'Casei com um homem que me batia, que era sustentado por uma amante e que fez eu me isolar do mundo'Adriana Fernandes‘Pelos meus filhos eu visto uma armadura de mulher maravilha todos os dias’Adriana Moreira'Eu só queria formar uma família'Amanda Viaja - por Amanda Noventa'Na época do crime, tentei denunciar João duas vezes'Viajantes com causa - por Bruna Tiussu e Camila Anauate'Aguentei oito meses. Imagina quem fica dez, vinte anos'Cida Damasco'Eu tinha medo de contar a minha história, mas hoje o medo acabou'Claudia Trevisan'Eu me sentia rejeitada e entrei em depressão'Cleide Silva'Minha filha era uma criança alegre e falante'Eliane Cantanhêde

'Eu sou Margarida, uma sobrevivente. Tem que ter coragem, mas vale a pena'​Gabriela Marçal'Acreditamos que agressão é apenas olho roxo, mas a violência psicológica me deixou muitas marcas'Só de birra - por Heloisa Lupinacci'Fazer um boletim de ocorrência as vezes é assinar seu atestado de óbito'Lúcia Guimaraes'Hoje eu olho para aqueles anos e me pergunto quem era aquela mulher'Sala vip - por Mari Campos'Ele arrombou a porta do meu quarto e me agrediu com uma faca em mãos'Babel - por Maria Fernanda Rodrigues'Ele não tinha o direito de morrer sem me ver casada e feliz'Mônica Nóbrega'Depois de dez anos finalmente ele está preso'Nana Soares'O julgamento da sociedade é a pior coisa para uma mulher vítima de violência'Patrícia Ferraz'Demorei a descobrir que merecia viver'Primeira classe - por Rafaela Borges'Durante 20 anos fui vítima de violência física, psicológica e patrimonial'Rita Lisauskas'Eu gritava, pedia para que eles parassem, mas não me escutavam, só a minha vagina importava ali'Ruth Manus'Apesar das feridas, dores e hematomas, minha filha estava viva'Corrida para todos - por Silvia Herrera'Mulheres, tenham coragem de se abrir'Viagens plásticas - por Silvia Reali'Meu marido entendeu a importância da conversa entre um casal'Mulheres positivas - por Sofia Patsh e Fabi Saad'Uma dica que eu posso dar é sentir alguns terômetros de que algo não tá legal'Direto da Fonte - por Sonia Racy'Acreditando ou não, um dia ele vai mostrar quem ele é'Vera Magalhães'Quando  sala ficou​ cheia de sangue, achei que ele iria me matar'

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