Consórcio nega troca de material para economizar na obra

Mas empreiteiras confirmaram que foram usadas mantas impermeabilizantes de 2 mm e não de 3 mm, como determinado pelo contrato com o Metrô de São Paulo

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, rebateu nesta quinta-feira, 22, por meio de um comunicado, as informações que atestam o uso de materiais mais baratos nas obras com o objetivo de economizar na construção. Em nota, o consórcio afirma que outro material foi usado, mas não explica se isso representou um custo menor e não diz por que a decisão foi tomada. "O Consórcio Via Amarela reafirma que não utiliza materiais que possam comprometer a qualidade e a segurança das obras da Linha 4 do Metrô", diz o consórcio. E acrescenta: "O Consórcio, portanto, não ´admitiu´ uso de materiais ´mais baratos´, como foi noticiado." De acordo com informações do Estado desta quinta-feira, o contrato com o Metrô determinava o uso de manta impermeabilizante de 3 milímetros. Entretanto, foi confirmado o uso de manta de 2 milímetros em trechos das obras, o que resultou em uma economia por ser um material mais barato. O consórcio, no entanto, afirma que a utilização da manta de 2 mm é "compatível com as condições de solo encontradas". "A impermeabilização com esta manta atende aos requisitos da obra", complementa. Após já ter dito na última quarta-feira, 21, também por meio de comunicado, que a mídia estaria veiculando informações que levavam a "conclusões equivocadas", o consórcio voltou a criticar a imprensa. "O consórcio lamenta que assuntos técnicos sejam tratados de forma açodada (precipitada), podendo levar intranqüilidade à população", declara. Metrô O desenrolar da crise do Metrô parece não estar próximo de um desfecho. Desde o desmoronamento no canteiro de obras da futura Estação Pinheiros, em 12 de janeiro, que resultou na morte de sete pessoas, a repercussão das obras da Linha 4-Amarela do Metrô recebeu intenso destaque nos noticiários. Na semana passada um laudo sobre a futura Estação Fradique Coutinho, que integra a Linha 4-Amarela, fez com que o assunto ganhasse força novamente e questionasse a segurança das obras. O consórcio mais uma vez negou as contestações do laudo que apontava falhas de soldagem. Na noite de quarta-feira, o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, pediu demissão do cargo, que foi aceita pelo governador paulista José Serra (PSDB). A presidência, por enquanto, do Metrô fica interinamente do também secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. O Consórcio Via Amarela é integrado pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. Nota do consórcio "Com relação ao noticiário de hoje, o Consórcio Via Amarela reafirma que não utiliza materiais que possam comprometer a qualidade e a segurança das obras da Linha 4 do Metrô. O Consórcio, portanto, não ?admitiu? uso de materiais ?mais baratos?, como foi noticiado. A utilização de manta impermeabilizante de 2 mm em determinados trechos é compatível com as condições de solo encontradas. A impermeabilização com esta manta atende aos requisitos da obra, como foi explicado ao repórter. O Consórcio lamenta que assuntos técnicos sejam tratados de forma açodada, podendo levar intranqüilidade à população. Consórcio Via Amarela" Esta matéria foi alterada às 14h41 para acréscimo da nota do consórcio.

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