Da fabricação ao crime são apenas 8 anos

Entre as armas apreendidas, predomínio de revólveres 38 da Taurus

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Por Redação
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Embora as 4.200 armas rastreadas pelo Exército tenham origem legal, identificada pelas fabricantes, apenas 40,38% estavam registradas em nome de uma pessoa física ou jurídica. "Uma porcentagem que faz pensar na necessidade de mais e melhores controles sobre usuários (indivíduos e empresas) civis de armas e também em novas campanhas de entrega voluntária de armas", diz estudo feito pelo Instituto Viva Rio, com base nos dados do Exército sobre as armas apreendidas em São Paulo. Entre 2004 e 2005, cerca de 600 mil armas foram entregues voluntariamente ao Exército e à Polícia Federal, em campanha promovida pelo governo federal, com apoio dos Estados. A análise do Viva Rio destaca que, entre as armas rastreadas, o predomínio absoluto era de revólveres calibre 38, da marca Taurus. Na fabricante, foi possível conferir a data de fabricação de boa parte das armas. A maioria foi produzida a partir de 1990. "Fica quebrado com isto o mito de que as armas curtas brasileiras na mão do crime são velhas ou obsoletas", diz o estudo. Como os dados referem-se apenas a armas apreendidas em São Paulo, o Viva Rio destaca que a PM paulista está substituindo o revólver 38 por pistolas calibre ponto 40 e levanta a possibilidade de "desvio de armas excedentes". Com as armas da Taurus, também foi possível verificar o tempo transcorrido entre a fabricação e sua apreensão. A maior parte das armas foi apreendida na ilegalidade oito anos depois da data de fabricação. Uma parcela significativa chegou ao mercado ilegal um ano após a fabricação. "O período da produção das armas Taurus até sua apreensão pela polícia se concentra em blocos de 1 a 4 e de 7 a 11 anos. É preocupante a migração rápida das armas para o crime", conclui a análise do instituto carioca.

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