Defesa desiste de mísseis, mas reforça nº de militares na final

Plano de posicionar artefatos em prédios da Tijuca foi abandonado após repercussão negativa; 9,3 mil soldados farão a segurança

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Por Felipe Werneck
Atualização:

RIO - O Ministério da Defesa desistiu de posicionar mísseis na cobertura de prédios residenciais no entorno do estádio do Maracanã, mas reforçou o número de militares envolvidos no esquema de segurança para a final da Copa do Mundo, no domingo, após a confirmação da presença de chefes de Estado como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Representantes dos governos federal e estadual anunciaram nesta sexta-feira, 11, que a operação vai envolver 25.787 servidores, dos quais 9.300 serão militares. No início do Mundial, estava prevista a mobilização de até 5,3 mil militares no Rio. A Marinha terá 25 embarcações na costa fluminense. Fuzileiros navais e paraquedistas vão atuar na rota percorrida por chefes de Estado. “Militares ficarão posicionados em pontos estratégicos como a Linha Vermelha. O aparato será mais visível no domingo”, disse um representante da Defesa. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, o plano de posicionar mísseis antiaéreos em prédios da Tijuca foi abandonado após a repercussão negativa da iniciativa.

Autoridades em coletiva de imprensa para divulgação do esquema de segurança montado para a final do Mundial no Maracanã Foto: Fábio Motta/Estadão

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O policiamento será reforçado a partir das 23 horas de sábado. Os bloqueios no entorno do estádio também vão começar neste horário. O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, destacou outros locais de “preocupação” como o Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, onde a presidente Dilma Rousseff deverá receber chefes de Estado para um almoço antes da partida entre Alemanha e Argentina. Os outros pontos são aqueles de grande concentração de torcedores, como a orla de Copacabana, o Sambódromo, a Lapa e a cidade de Búzios, no litoral norte - está prevista a chegada de pelo menos 70 mil argentinos até domingo.

Também haverá aumento do efetivo dentro do estádio, com 1.600 seguranças particulares, que vão atuar em caso de brigas e de tentativa de invasão do gramado. De acordo com Beltrame, os bares no entorno do Maracanã terão de fechar duas horas antes da cerimônia de encerramento da Copa. Apenas torcedores com ingresso e pessoas credenciadas vão ter acesso à área de isolamento. “A recomendação é que as pessoas não mantenham ingressos expostos”, disse o secretário. 

Quatro mil PMs vão atuar no entorno do estádio. “Temos no Rio a partir de agora a maior operação de segurança que a cidade - e talvez o País - já tenha visto”, afirmou Beltrame, destacando a integração com órgãos de segurança do governo federal. Estão previstas duas manifestações para domingo - uma pela manhã com concentração na estação de metrô Afonso Pena e outra à tarde, na praça Saens Peña. 

Os investimentos em segurança para a Copa no Rio consumiram quase meio Maracanã, cuja polêmica e demorada reforma custou aos cofres públicos R$ 1,3 bilhão. Foram R$ 483,7 milhões dos governos estadual e federal.

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