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'Deixaram meu filho como um cachorro', diz pai de dançarino morto

O pintor Paulo César Calazans Pereira, de 50 anos, questionou a efetividade do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora

Por Thaise Constancio
Atualização:

RIO - Pai do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o pintor Paulo César Calazans Pereira, de 50 anos, disse que soube da morte do filho pela internet, na terça-feira, 22. Um dos sete irmãos de Douglas navegava pela página do Facebook do irmão mais velho quando a mensagem de um amigo que dizia "Saudades eternas" chamou sua atenção e ele disse ao pai que algo de grave tinha acontecido com o irmão.

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"Estou passando mal desde que soube que meu filho morreu, assim, de repente. Nunca pensei que isso fosse acontecer com meu filho. Ele tinha um futuro pela frente". Calazans mora no bairro Imbariê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mas estava em Cabo Frio, na Região dos Lagos, quando soube do assassinato do filho.

Calazans afirmou que os policiais "bateram, roubaram e deram tiro" em Douglas. "Tinham que ter socorrido. Deixaram ele como um cachorro (o corpo do dançarino foi encontrado no chão de uma creche). Até o dinheiro da pensão eles levaram". Douglas deixou uma filha de quatro anos que morava com a mãe no morro Pavão-Pavãozinho.

Ele questionou a efetividade do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). "Que segurança é essa que um trabalhador não pode sair de casa na hora que quer, não pode usar uma joia, ter seu carro? Esses são os policiais que colocam para tomar conta da comunidade. Todos despreparados."

"Daqui a três semanas vocês (jornalistas) estarão entrevistando outras pessoas (vítimas de violência)", completou. Com o andamento das investigações, o pai de Douglas espera que haja justiça. "Sonhar não custa nada, então estou sonhando com a justiça."

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