Deputado do castelo deixa direção de estatal

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Por Eduardo Kattah
Atualização:

O Conselho de Administração da Minas Gerais Participações S.A. (MGI) homologou ontem, em reunião extraordinária, a saída do ex-deputado federal Edmar Moreira (PR) do cargo de diretor vice-presidente da empresa estatal, conforme informou a Secretaria de Estado da Fazenda, pasta à qual a MGI é vinculada.Moreira, que ficou conhecido em 2009 por construir um castelo na cidade de São João Nepomuceno, no interior do Estado, avaliado em mais de R$ 20 milhões, apresentou no fim da tarde de quinta-feira seu pedido de renúncia do cargo, que havia assumido há apenas onze dias, no último dia 4.A carta de renúncia foi apresentada dois dias depois de vir á tona sua indicação para a direção da empresa de economia mista, que tem como acionista principal o próprio governo estadual, além da Companhia Energética (Cemig) e o Banco de Desenvolvimento (BDMG) de Minas Gerais.Mal-estar. O episódio causou desgaste ao governo de Antonio Anastasia (PSDB). O nome de Moreira foi referendado pelo conselho da MGI no dia 28 de março. A administração estadual alegou que atendeu a uma indicação do PR, partido que no Estado integra a base de apoio de Anastasia. Como diretor vice-presidente da empresa, Moreira tinha direito a um salário de R$ 11 mil. O ex-deputado - que também causou polêmica como parlamentar ao defender o fim do Conselho de Ética da Câmara e foi acusado de usar verba indenizatória para contratar empresas de sua família - disputou a eleição de 2010, mas não conseguiu se reeleger. Teve pouco mais de 45 mil votos para deputado federal pelo Estado de Minas Gerais.A assessoria da Secretaria da Fazenda alegou desconhecer as razões apresentadas por Moreira em sua carta de renúncia. O Conselho de Administração da MGI é presidido pelo secretário Leonardo Colombini, encarregado de convocar a reunião extraordinária. O ex-deputado não foi localizado ontem pela reportagem.

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