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Deputado do DEM e ex-ministro de Dilma integram Conselho da República

Câmara enviará ofício sobre a indicação de seus representantes a Temer; órgão discute questões como a intervenção federal

Por Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, 14, a escolha do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) e do ex-ministro da Justiça do governo Dilma Rousseff (PT) Eugênio Aragão para integrar o Conselho da República. A Casa enviará um ofício comunicando a indicação de seus representantes ao presidente Michel Temer (MDB).

Polêmico, Eugênio Aragão foi vice-procurador geral eleitoral e em 2016 foi ministro da Justiça da petista Dilma Rousseff nos últimos meses de seu mandato Foto: André Dusek/Estadão

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+++ Carta de Eugênio Aragão a Deltan Dallagnol

O Conselho da República é um órgão de consulta da Presidência da República para questões como intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. A legislação prevê a possibilidade de seis representantes da sociedade civil serem convocados para integrar especificamente o Conselho da República, sendo dois indicados pela Presidência, dois pelo Câmara dos Deputados e outros dois pelo Senado. Segundo a lei, o Conselho da República pode, entre outras atribuições, "requisitar de órgãos e entidades públicas as informações e estudos que se fizerem necessários". 

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Polêmico, Eugênio Aragão foi vice-procurador geral eleitoral e em 2016 foi ministro da Justiça da petista Dilma Rousseff nos últimos meses de seu mandato. Sua candidatura foi indicada pelo PT. No segundo turno da votação, Aragão venceu o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcello Lavenére por 156 votos a 97.

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Lavenére - indicado pelo PC do B - foi um dos autores do pedido de impeachment do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) e foi testemunha de defesa de Dilma no processo de afastamento da petista durante a análise no Senado. Como ficou em segundo lugar, Lavenére será suplente.

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Ao total foram inscritos dez candidatos e, como nunca houve eleição para representantes no Conselho da República, os partidos acordaram que seria eleito um representante do bloco de oposição e um da base aliada. O suplente do bloco governista será o deputado Capitão Augusto (PR-SP), da bancada da bala, que perdeu a vaga de titular para Aleluia por 168 votos a 135.

Entre os nomes inscritos para o pleito estavam o do deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP), os tucanos Carlos Sampaio (SP) e Bonifácio de Andrada (MG). O mineiro, no entanto, abriu mão de sua candidatura pouco antes da votação. 

O PPS chegou a indicar a cientista política e especialista em segurança pública e política de drogas Ilona Szabó. O PSOL apresentou o nome da cientista social Mônica Santos Francisco, e o Avante indicou Marco Antônio Badaró Bianchini, ex-comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais. 

Além do presidente da República, integram o conselho o presidente da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, ministros de Estado, líderes da maioria e minoria no Congresso e os comandantes da Marinha, da Aeronáutica e do Exército.

Para as duas vagas que têm direito, o Executivo indicou o ex-diretor geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Jorge Luiz Macedo Bastos e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso. O Senado não tem previsão de quando fará a escolha de seus representantes no colegiado. /COLABOROU JULIA LINDNER