Deputado do PSL foi assassinato com 19 tiros

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Por Agencia Estado
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O deputado federal Valdeci Paiva de Jesus, de 49 anos, do Partido Social Liberal (PSL), foi assassinado com 19 tiros de pistola, nesta sexta-feira de manhã, em Benfica, zona norte do Rio, por ocupantes de um Gol. O crime foi a poucos metros da sede regional do Partido Liberal (PL), onde ele chegava de carro para trabalhar, e os criminosos fugiram sem deixar pistas. Segundo a polícia, Paiva, que é pastor da Igreja Universal e foi eleito deputado estadual nas últimas eleições, vinha sofrendo ameaças desde a campanha. O vereador Marcos Abraão (PSL) é o suplente do deputado na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) e toma posse em fevereiro. Valdeci Paiva de Jesus foi atingido no tórax, na face esquerda e no punho esquerdo. Chegou a ser socorrido com vida, mas morreu antes de chegar ao Hospital Central do Exército. O velório estava previsto para a noite desta sexta-feira, na Alerj, e o enterro, para este sábado, às 10 horas, no cemitério de Inhaúma. Em entrevista coletiva, o deputado federal bispo Rodrigues, que é vice-presidente nacional do PL e pai da nora de Paiva, disse que este não acreditava nas ameaças que vinha recebendo. "Ele me disse que ligavam para ele, dizendo que iam acertá-lo, matá-lo. Mas ele não levou fé porque não tinha inimigos políticos. Já tinha aconselhado ele a andar com seguranças e carro blindado e avisar à Polícia Federal que estava sendo ameaçado", contou Rodrigues. "Ele angariou o inimigo durante o processo eleitoral. Ser político no Rio é alto risco." A base eleitoral do deputado é nos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, no Grande Rio. O chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, descartou a hipótese de roubo, porque nada foi levado do carro. "Acreditamos em homicídio, execução, porque foram muitos disparos. Os marginais tinham objetivo claro. Esse crime é uma manifestação de ousadia. Vamos nos empenhar ao máximo para esclarecê-lo." Na rua onde Paiva foi morto, foram recolhidas cápsulas de pistolas calibre 380 e 9 milímetros. A única testemunha do assassinato é funcionário do PL e fez um retrato falado do motorista do Gol. A identidade do funcionário não foi divulgada. De acordo com a descrição, o suspeito é mulato, tem aproximadamente 1,70 metro e idade entre 25 e 35 anos. O delegado titular da Delegacia de Homicídios, Luiz Alberto de Oliveira, informou que a testemunha estava no portão do prédio quando ouviu os disparos e que chegou a correr para o carro do deputado. Os criminosos apontaram a arma, e ele recuou. Paiva trabalhava na sede do PL no Rio às sextas-feiras. O PL cede duas salas para o PSL, que tem sede em Niterói. O funcionário disse à polícia que o Gol emparelhou com o Passat azul-marinho do deputado e que os ocupantes efetuaram os disparos em frente ao portão da Rede Record de televisão, a poucos metros da sede do PL. O Gol e um carro não identificado que vinha atrás saíram em disparada, mas o delegado Oliveira não sabe se o segundo veículo tem relação com o crime. "Estamos trabalhando com todas as hipóteses, até mesmo a de crime político. Pela testemunha, eram profissionais, pela facilidade com que realizaram o trabalho", disse Oliveira. Outros quatro funcionários do PL prestaram depoimento à polícia ainda nesta sexta. Duas câmeras de segurança do partido e da Rede Record podem ter gravado a ação dos bandidos, segundo a polícia. A informação não havia sido confirmada até esta sexta à noite. Bispo Rodrigues informou que o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, pediu ao ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que a Polícia Federal entre no caso. A governadora Rosinha Matheus (PSB) solicitou empenho nas investigações à Secretaria de Segurança Pública. Parentes e amigos de Paiva estão oferecendo recompensa de R$ 30 mil por informações que levem aos criminosos.

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