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Dilma volta à campanha sem falar sobre aborto

Petista faz carreata em Duque de Caxias, reduto evangélico, e promete trazer UPPs para a região

Por Alfredo Junqueira
Atualização:

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, evitou falar sobre aborto e a crise com parte do eleitorado evangélico em seu primeiro evento de campanha neste segundo turno. Antes de seguir em carreata pelas ruas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a petista participou de rápida coletiva de imprensa, na qual prometeu investir em saneamento, implantar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) na área e até reduzir os juros básicos da economia.Ao ser questionada sobre a polêmica em relação ao aborto, a petista não respondeu e iniciou a carreata. Dilma obteve ampla vantagem em Caxias no primeiro turno, com 54,38% dos votos válidos. Marina Silva (PV) também obteve boa votação na cidade (27,91%), que tem forte presença de evangélicos. Marina ficou bem à frente de José Serra (PSDB), que, apesar de contar com o apoio do prefeito local, José Camilo Zito (PSDB), e de ter visitado a cidade duas vezes, somou 15,81% dos votos válidos.Barreiras. Seguindo a orientação dos aliados, Dilma procurou se aproximar dos eleitores. As barreiras que normalmente são colocadas nos locais em que ela dá entrevista foram retiradas. O púlpito, onde são colocados os microfones e gravadores, até foi instalado, mas desapareceu minutos antes de a candidata chegar. A petista, como sugerido pelo seu comando de campanha, aproximou-se dos jornalistas e foi cercada por dezenas de pessoas. Sorridente, cumprimentou eleitores e políticos com beijos e tapinhas nas costas. 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Eu quero começar por aqui (Baixada Fluminense) porque nós vamos priorizar duas questões muito importantes: tratamento de água e esgotamento sanitário", anunciou Dilma. "E aqui nós fizemos um esforço muito grande, porque durante muitos anos a Baixada ficou sem os investimentos que beneficiariam a vida concreta das pessoas."

Dilma estava acompanhada do governador reeleito Sérgio Cabral Filho (PMDB) e dos senadores eleitos no Rio, Lindberg Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB). Crivella é um importante interlocutor da candidata junto ao eleitorado evangélico, já que é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e sobrinho de seu fundador, Edir Macedo.

Ao lado de Cabral, a petista fez promessa com o principal programa de segurança pública no Estado. Disse que, se eleita, levaria para a região as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O programa consiste na ocupação permanente de comunidades dominadas por traficantes e conta com 12 unidades na capital.

"Trazer para cá significa melhorias não só nas condições de vida. Porque o que interessa é a vida das pessoas e a segurança é uma questão central", disse Dilma.

A carreata foi acompanhada por dezenas de políticos, muitos deles eleitos deputados estaduais e federais domingo. O tom era de dedicação total à campanha no segundo turno. O trajeto, que previa passagens por Belford Roxo e São João de Meriti, foi interrompido em Caxias, depois de pouco mais de uma hora de evento.

Para compensar a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um carro de som repetia insistentemente o discurso do líder do PT: "Votar na Dilma é votar em mim. Com a certeza de um governo ainda melhor. Ela é a certeza do Brasil continuar mudando."

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EU PROMETO

Promessas de Dilma feitas ontem na Baixada Fluminense, no Rio:

1. Dar prioridade e aumentar investimentos em tratamento de água e esgotamento sanitário

2. Implementar Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades localizadas em cidades da Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio

3. Redução da taxa básica de juros da economia

4. Encaminhar a Reforma Tributária

5. Aumentar a competitividade da indústria nacional

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