Dois motins simultâneos ferem três em prisões no Maranhão

Detidos protestam pela suspensão das visitas de familiares após greve de agentes penitenciários no Estado

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Por Suzana Beckman
Atualização:

Dois motins explodiram simultaneamente em penitenciárias de São Luís do Maranhão na manhã deste sábado, 29. O motivo foi a suspensão das visitas dos familiares dos detentos desde que iniciou a greve dos agentes penitenciários e policiais civis. Até o meio-dia, pelo menos três presos haviam sido feridos em confronto com policiais militares e entre detentos. No complexo penitenciário de Pedrinhas, zona rural de São Luís, o motim iniciou por volta das nove horas da manhã. Os detentos quebraram cadeados e arrancaram os portões das celas. Na ocasião, por causa da greve, apenas quatro agentes penitenciários estavam de serviço. Até a chegada do batalhão de choque da Polícia Militar, foram eles os responsáveis por conter mais de 400 rebeldes. Com a chegada dos militares, a confusão se acentuou. De dentro dos pavilhões quebrados, os presos respondiam com pedradas aos tiros e bombas de efeito moral jogados pelos policiais. O preso Carlos César Silva Barros, condenado por tráfico, foi baleado no braço esquerdo e trazido até a portaria da penitenciária num carro de mão. Ele e os outros dois presos feridos foi levados ao hospital Clementino Moura, em São Luís. Interdição Do lado de fora da penitenciária, as mães e esposas de presos ameaçaram entrar em confronto com os policiais e agentes grevistas. Várias delas chegaram a interditar a rodovia por alguns minutos, usando pedaços de pau e montando uma barricada com pedaços de tijolos. A lavradora Flávia Souza, 32, que havia viajado durante sete horas para ver o marido, protestava desesperada. "Por favor, alguém faça alguma coisa. Eu quero entrar, tem gente ferida, os presos estão sem água", pediu ela. Os agentes penitenciários estão em greve desde a última quarta-feira, 26. Eles exigem do governo do Maranhão que as suas gratificações salariais sejam calculadas a partir do salário mínimo previsto em lei, de R$ 380, e não de R$ 303, como acontece atualmente. Até o início desta tarde, a categoria estava reunida a portas fechadas com representantes do governo do Estado.

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