Em cidades da Copa, 15,6% dos bares são considerados inadequados pela Anvisa

Avaliação foi feita pela agência de vigilância sanitária em 2.172 estabelecimentos; em São Paulo, menos de 1% não atingiu patamar mínimo

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Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - A Agêcia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou há pouco os primeiros resultados do projeto piloto para classificação de bares e restaurantes e lanchonetes, voltado para a Copa do Mundo: dos 2.172 estabelecimentos que participaram da iniciativa, 15,6% tiveram  um número de falhas considerado superior ao padrão mínimo desejado. Dos municípios que vão sediar a Copa, 11 participaram da iniciativa - Salvador não está na avaliação . Outras 13 cidades que não estão na Copa também participam do trabalho. Aeroportos próximos das cidades sede também foram incluídos na avaliação.

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A intenção do primeiro projeto não foi punir, mas preparar os estabelecimentos para o atendimento adequado. Nosso objetivo não é fechar os estabelecimentos, mas torná-los adequados à segurança", afirmou o diretor da Anvisa, Ivo Bucaresky. O projeto é inspirado em iniciativas desenvolvidas em outras cidades do mundo, como Nova Iorque e Los Angeles. Ele classifica os estabelecimentos em 3 categorias. A nota A é a melhor pontuação, concedida para estabelecimentos que cometeram poucas falhas. Na primeira etapa, 20% foram enquadrados nessa categoria. A nota B é dada para aqueles que cometem mais falhas que os do grupo A, mas com impacto não relevante para saúde. Essa classificação foi dada para 40% dos estabelecimentos.

No grupo C, com menor pontuação, mas com qualidade considerada ainda aceitável, foram incluídos 24,4% dos estabelecimetos. Todos restaurantes, lanchonetes e bares com classificações A, B ou C são seguros para o consumidor, com condição sanitária satisfatória. Os restaurantes que não atingiram o padrão mínimo, chamados "pendentes",  foram autuados e obrigados a reparar as falhas. Uma nova rodada de avaliação está em curso.  Os resultados devem sair em maio. Somente estabelecimentos que participaram do programa serão obrigados a afixar os selos. "Esperamos encontrar nessa segunda etapa um resultado melhor. É esse o nosso objetivo", afirmou a gerente do grupo de alimentação, Denise  Resende.

Os selos serão mantidos até agosto, quando o projeto passa para uma fase de avaliação. A fiscalização é feita pelas vigilâncias locais, com base num roteiro de 54 itens. Dois pontos considerados essenciais para classificação A é a existência de um responsável técnico e de boas práticas para preparação dos alimentos. "Não fizemos uma avaliação de bom, ótimo. Tentamos fugir dessa classificação, porque todos com selo estão dentro dos níveis aceitáveis", afirmou a gerente. Na segunda etapa, quando selos forem concedidos, estará disponível no site da Anvisa a lista com classificação dos estabelecimentos que integram o projeto piloto. Até lá, as informações se referem à média encontrada pelas cidades.

"Para o projeto piloto se transformar numa iniciativa perene, serão analisados uma série de fatores. Incluindo a adesão dos municípios e vigilâncias sanitárias", disse Bucaresky. Ele afirmou que a classificação não está relacionada ao preço, mas apenas a condições sanitárias. Entre os itens avaliados estão a roupa usada pelas pessoas que preparam os alimentos e a temperatura em que são mantidos os ingredientes. O aeroporto de Manaus é o único do roteiro da Copa que não participou da avaliação. "Ele estava em reforma, por isso não integrou a iniciativa", disse Denise.

Resultados. A pior situação encontrada pelos fiscais da vigilância sanitária foi em Olinda, no Pernambuco: 44,4% dos estabelecimentosda cidade foram considerados pendentes, porque não conseguiram atingir o padrão mínimo de qualidade. Eles estão em processo administrativo - e parte pode ter sido fechada. Em seguida, vem a cidade pernambucana de Jaboatão do Guararapes, onde a pendência foi registrada em 41,37% dos estabelecimentos. Cuiabá tem a terceira pior classficação: 41% de pendência. A melhor situação foi encontrada em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde77,4% de estabelecimentos tiveram a melhor nota. Em seguida, vem Mata do São João, na Bahia, com 53,8% de notas máximas.

Em São Paulo, 39% dos estabelecimentos de alimentação foram classificados como A, 54,6% receberam nota B e 6,4%, nota C. Do total, 0,9% não conseguiram atingir o padrão mínimo. No Aeroporto de Guarulhos, 79,07% foram classificados com nota A. Outros 18,6% com nota B e 2,3% foram i ncluídos na categoria C. Nenhum foi classificado como pendente. Brasília teve um desempenho pior. Dos estabelecimentos analisados na cidade, 16,5% foram classificados como pendentes. No aeroporto da capital do País, 5,26% dos estabelecimentos foram considerados com número de falhas superior ao tolerado.

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