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Em depoimento, diretor diz que ministro nunca lhe pediu nada

Apesar de governo temer declarações de Pagot, ele não compromete Paulo Bernardo e também evita [br]polêmicas sobre Dilma

Por João Domingos
Atualização:

BRASÍLIAO diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, fez o que prometeu. Em nenhuma parte de seu depoimento ontem no Senado insinuou que o então ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT-PR), mandava um pacote fechado de obras para que ele executasse no Dnit. O governo chegou a temer que ele atacasse Paulo Bernardo, hoje titular do Ministério das Comunicações e um dos ministros preferidos da presidente Dilma Rousseff.Os senadores da oposição insistiram muito em fazer Pagot dar detalhes de possíveis negócios feitos dentro do Dnit, mas ele se esquivou de todas as perguntas. Até mesmo de uma feita várias vezes por Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), segundo a qual a presidente teria passado uma descompostura nos principais dirigentes do setor de transportes do País, chegando a insinuar que os aditivos aos contratos iriam inviabilizar seu governo. Pagot respondeu que Dilma é assim mesmo, ríspida nas reuniões.Diante das respostas de Pagot, a oposição mudou de tática. Os senadores Álvaro Dias (PSDB) e Roberto Requião (PMDB), ambos do Paraná, Estado de Paulo Bernardo, e adversários dele, tentaram transformar o depoimento numa espécie de "Paranagate". Perguntavam e insinuavam se Bernardo poderia estar por trás de algum sobrepreço de obras. Pagot negava e dizia que nunca havia falado nada a respeito do ministro. Atribuiu tudo a "invencionices" e "factoides"."Ele nunca me exigiu e nunca me pediu nada. Nem obra", disse ele sobre Bernardo. Segundo Pagot, numa obra em Maringá - reduto eleitoral do ministro - quem falava com ele era o prefeito Sílvio Barros (PP), que era o responsável pelas desapropriações, e o irmão dele, o deputado Ricardo Barros (PP).Pagot afirmou ainda que participava de reuniões com Bernardo da mesma forma como ocorreria com outros ministros dentro do âmbito do comitê gestor do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

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