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Em meio a agravamento dos ataques, Cardozo vai a Santa Catarina

Ministro da Justiça estuda transferência de detentos e uso da Força Nacional de Segurança; no total, foram registradas 61 ocorrências

Por Rafael Moraes Moura e Tomás M. Petersen
Atualização:

Atualizada às 20h05

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BRASÍLIA - Com o agravamento dos confrontos em Santa Catarina, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decidiu embarcar para o Estado, onde está reunido com o governador em exercício, Nelson Schaefer Martins. A audiência ocorre no centro administrativo do governo de Santa Catarina. Antes do encontro, Cardozo anunciou possíveis estratégias para conter a onda de ataques. 

Em coletiva de imprensa com a cúpula de segurança do governo de Santa Catarina, o ministro da Justiça apresentou duas propostas possíveis, embora ainda não confirmadas, contra o agravamento dos confrontos no Estado: a transferência de presos do sistema penitenciário catarinense para prisões federais e o reforço da Força Nacional de Segurança. 

"O Estado de Santa Catarina não é, não poderá ser e não será refém da criminalidade. O Estado não está nas mãos dos criminosos", disse o governador Nelson Schaefer.

Em nota, o Ministério da Justiça informou que está "atento" aos desdobramentos em Santa Catarina, mas destacou que um eventual envio da Força Nacional de Segurança depende de uma solicitação formal das autoridades locais.

"O Ministério da Justiça está à disposição, mas o envio da Força Nacional depende de solicitação formal dos Estados", informou a assessoria da pasta.

Ataques já atingiram 26 municípios. Na foto, ônibus incendiado em Joinville Foto: Schirlei Alves/Agência RBS

Cardozo e o governador em exercício de Santa Catarina têm mantido contatos constantes desde o aumento da onda de violência no Estado. Segundo o Estado apurou, o governo catarinense está "avaliando todas as possibilidades" para frear os ataques.

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Em nota, o governo de Santa Catarina informou acreditar que "entre os principais motivos da nova onda de atentados criminosos no Estado está a intensificação deações policiais no combate ao tráfico de drogas". 

Nesta quinta-feira, a Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina confirmou que os atentados no Estado foram ordenados de dentro do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Ocorrências. O último atentado aconteceu na tarde desta sexta-feira, 3, em Joinville. Criminosos armados invadiram um ônibus, obrigaram os três passageiros e o motorista a descerem e atearam fogo no veículo. Os bombeiros conseguiram apagar as chamas, mas o ônibus ficou completamento destruído. Até a noite desta sexta-feira ninguém havia sido preso.

Com este último atentado, o número de ocorrências desde o dia 26 de setembro aumentou para 61. Segundo o balanço da Polícia Militar, foram feitas também oito apreensões de materiais suspeitos. Ao todo, 25 ônibus foram incendiados e 22 residências de policiais ou bases da polícia foram atacadas com tiros. 34 suspeitos de envolvimento foram presos, dois mortos e um agente penitenciário aposentado assassinado.

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