Embraer: transponder do Legacy funcionava normalmente

"O transponder estava funcionando normalmente, antes e depois (do acidente). Agora, o que aconteceu lá em cima, eu não sei", afirmou o presidente da Embraer

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Embraer, Maurício Botelho, manifestou-se nesta quarta-feira, 18, pela primeira vez, sobre o acidente aéreo ocorrido em setembro de 2006, envolvendo um jato Legacy da companhia e um Boeing 737 da Gol, causando a morte de 154 pessoas. "O transponder (aparelho que aponta a posição da aeronave no radar) estava funcionando normalmente, antes e depois (do acidente). Agora, o que aconteceu lá em cima, eu não sei", disse, durante almoço com jornalistas. O executivo não quis avançar no assunto e destacou que os pronunciamentos oficiais sobre o caso cabem ao comando da Aeronáutica e à Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo ele, não houve prejuízo para a imagem da Embraer junto aos clientes. O encontro com a imprensa nesta quarta marcou a despedida de Botelho do comando da Embraer, o que será oficializado no dia 23 de abril, quando o atual vice-presidente executivo para o Mercado de Aviação Comercial, Frederico Fleury Curado, assumirá o cargo. Em entrevista recente, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro, Jumiti Saito, disse que as informações necessárias para o esclarecimento do acidente entre os aviões da Embraer e da Gol estão sendo apuradas. Cronologia do acidente da Gol 29 de setembro de 2006: Boeing 737-800 da Gol e jatinho Legacy, fabricado pela Embraer, que seguia para os Estados Unidos, colidem na região da Serra do Cachimbo (PA), provocando a morte de todos os 154 pessoas, entre passageiros e tripulantes. 30 de setembro: Pilotos do jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino, falam como testemunhas à Polícia Civil. 1º de outubro: Joseph Lepore e Jan Paladino dizem à polícia que foram autorizados a voar a 37 mil pés, altitude que era usada pelo Boeing da Gol. 2 de outubro: Juiz de Mato Grosso manda apreender seus passaportes. 4 de outubro: Polícia Federal instaura inquérito paralelo para investigar as causas do acidente. 5 de outubro: Nos EUA, Lobby pela liberação dos pilotos do Legacy aciona a secretária de Estado, Condoleezza Rice. 6 de outubro: Pilotos norte-americanos se hospedam em hotel do Rio de Janeiro. 29 de outubro: Diante das suspeitas de que erros dos controladores teriam causado o acidente de setembro, os profissionais do Cindacta-1, em Brasília, iniciam operação padrão, quando há centenas de atrasos e cancelamentos no País. 6 de novembro: Advogados dos pilotos pedem juízo provisório 17 de novembro: Tribunal Regional Federal nega pedido de liberação de passaportes dos pilotos. 24 de novembro: Federação Internacional de Associações de Controladores de Tráfego Aéreo engrossa pressão por liberação imediata. 5 de dezembro: Justiça libera passaportes de Joseph Lepore e Jan Paladino. 8 de dezembro: Polícia Federal indicia pilotos por expor culposamente a perigo aeronave, agravado pelo fato de ter ocorrido morte. Após prestarem depoimento em São Paulo, os dois embarcam para os EUA 9 de dezembro: Após passarem a noite em Miami, pilotos aterrissam em Long Island. São recebidos como heróis por parentes, políticos, advogados e representantes de associações. 21 de fevereiro de 2007: A Associação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas (Alpa, na sigla em inglês) divulgou boletim de alerta a seus membros para "dificuldades de operação no espaço aéreo do Brasil", enfatizando a questão do inglês dos controladores de vôo, que considera deficiente. Segundo o documento, a colisão do Legacy com o Boeing da Gol em 29 de setembro, que matou 154 pessoas, "pôs em evidência várias questões associadas às operações no espaço aéreo que podem ter implicações significativas para a segurança do vôo". 22 de fevereiro: Polícia Federal pede prazo de mais 60 dias para concluir as investigações sobre o acidente.

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