Entre 46 países, Brasil é o que tem maior diferença salarial entre homens e mulheres
Salário médio da brasileira com educação superior representa só 62% do de um homem com a mesma escolaridade, aponta OCDE
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Por Luísa Martins
Atualização:
BRASÍLIA - O salário médio de uma mulher brasileira com educação superior representa apenas 62% do de um homem com a mesma escolaridade, apontou um relatório divulgado nesta terça-feira, 24, pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE), com dados de 46 países. A porcentagem posiciona o Brasil, empatado com o Chile, no primeiro lugar do ranking de maior discrepância de renda entre gêneros no mercado de trabalho.
No País, 72% de homens que concluíram a universidade ganham mais de duas vezes a média de renda nacional. Entre as mulheres, essa taxa diminui para 52%. O detalhamento dos dados brasileiros comparados aos dos demais países - 34 países-membros da OCDE e 12 parceiros da organização - será feito na manhã desta terça pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação (Inep/MEC).
Veja os 10 países em que homens e mulheres possuem maior igualdade econômica
1 / 11Veja os 10 países em que homens e mulheres possuem maior igualdade econômica
7- Bahamas
Nas Bahamas, país que é um conglomerado de mais de 3.000 ilhas na América Central, a diferença entre a renda média anual da população é de exatamente ... Foto: Jon Worth/WikipediaMais
Brasil não está na lista
Embora no Brasil a desigualdade profissional entre homens e mulheres ainda seja algo muito acentuado, em alguns lugares do mundo a realidade é outra e... Foto: Getty ImagesMais
10 - Belarus
Localizado no leste europeu, Belarus é um país independente há apenas 25 anos e, entre os seus pouco menos de 10 milhões de habitantes, a 'soberania' ... Foto: Visaly Fedosenko/ReutersMais
9- Cingapura
Em nono na lista aparece Cingapura, país com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano da Ásia e em que a renda média anual é de 40 mil dólares tanto ... Foto: Edgar Su/ReutersMais
8- Finlândia
O cenário em Singapura é um pouco parecido com o da Finlândia, onde os homens também dominam os cargos mais altos (66%). Porém, no país considerado o ... Foto: Divulgação/WikipediaMais
6- Estados Unidos
Quem aparece em sexto na lista baseada no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2015 é simplesmente o país mais poderoso do mundo, os Estados Uni... Foto: Anthony Quintano/WikipediaMais
5- Islândia
Na Islândia, considerado pela revista inglesa The Economist como o país com maior ìndice de democracia, o que se destaca no relatório é que quase 90% ... Foto: Hedwig Storch/WikipediaMais
4- Suécia
Outro país nórdico que se destaca pela igualdade econômica entre homens e mulheres é a Suécia. Terceiro maior país da União Europeia e com 'apenas' 9,... Foto: Arild Vagen/WikipediaMais
3- Burundi
Na terceira posição aparece Burundi, o único país da África em toda a lista. Lá, apesar da igualdade entre homens e mulheres ser algo bem forte, o que... Foto: Steve Rwanda/WikipediaMais
2- Barbados
Um dos menores países do mundo, Barbados é mais um local que chama atenção por condições econômicas iguais entre os gêneros. No país, cada homem receb... Foto: Divulgação/WikipediaMais
1- Noruega
E em primeiro lugar na lista, baseada no Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2015, aparece a Noruega. O país europeu, considerado pela ONU como... Foto: Age Hogem/WikipediaMais
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"As mulheres conquistaram algo que é recente, que é a maior participação na educação superior, e isso é refletido também na remuneração", afirmou o diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno. O presidente do órgão, José Francisco Soares, salientou que, no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), as mulheres são maioria: 60% de todos os inscritos. "Nosso papel ao produzir esses indicadores é ajudar a não colocá-los debaixo do tapete", disse.
O relatório, intitulado Education at a Glance 2015, traz informações educacionais referentes ao ano de 2013 e dados financeiros de 2012. Um dos destaques do documento é o fato de o Brasil ser o terceiro, entre os analisados, a aumentar os investimentos públicos em educação: de cada R$ 100, R$ 17,20 foram destinados ao setor. Apenas México e Nova Zelândia apresentam proporção maior: pouco mais de 18%.
No quesito número de alunos por professor, o Brasil tem 21 alunos por sala de aula nos anos iniciais do Ensino Fundamental - está abaixo da média da OCDE, que registra, em média, 15 alunos por turma.
O Brasil também é o "campeão" na taxa de jovens brasileiros, entre 20 e 24 anos, que não estavam estudando em 2013: 76%. Ao mesmo tempo, nesta mesma faixa etária, o índice de emprego era de 52% - também a mais alta entre todos os países-membros e parceiros da OCDE.