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Estudante é acusado de matar colega em república no Rio

Jovem foi atingido por pedra e esfaqueado no quarto; vítima e suspeito do crime estudavam no Instituto de Matemática

Por Clarissa Thomé
Atualização:

O estudante José Leandro Pinheiro, de 21 anos, aluno do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), foi assassinado na manhã desta quinta-feira, 25, em uma república no Horto, na zona sul do Rio de Janeiro. A polícia indiciará por homicídio qualificado Bruno Eusébio dos Santos, de 26 anos, colega de quarto da vítima e também aluno do Impa – um dos mais importantes centros de estudos de Matemática na América Latina. Ele teve a prisão em flagrante decretada, mas está internado.

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A polícia acredita que Pinheiro tenha sido atacado quando estava dormindo ou falando ao celular. Ele foi atingido na cabeça por uma pedra. Em seguida, foi esfaqueado – dois golpes no peito e outros dois na barriga. Não havia sinais de luta no quarto, o que indica que o rapaz, natural do Ceará, não teve como reagir.

O corpo foi encontrado pelo caseiro da república, por volta das 8 horas. Santos estava na cozinha, desacordado, com as mãos sujas de sangue. Não foram encontrados álcool ou drogas na república. Havia dois frascos de tranquilizantes no quarto dos dois estudantes. Santos estava internado sob custódia na Coordenação de Emergência Regional, na zona sul, e seu estado de saúde era estável.

O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídio, informou que somente os dois estavam na república no momento do crime e considera Santos o único suspeito. Ainda não há informações sobre as motivações do crime. Quinze estudantes, entre homens e mulheres, moram na república. Nenhum deles ouviu qualquer discussão.

O crime chocou os estudantes do Impa, que suspendeu as aulas ontem e hoje. Pinheiro foi descrito pelos colegas como um rapaz simpático, extrovertido e muito dedicado aos estudos. Já Santos era considerado fechado, introvertido e com dificuldade de relacionamento.

Premiado. Pinheiro, natural da cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, começou a estudar no Impa neste ano. Tinha prêmios em olimpíadas de Física e Matemática e foi professor voluntário em escolas do sertão cearense. “Ele vivia para estudar”, disse a tia dele, Alessandra Pinheiro, em entrevista ao site de notícias G1.

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