Estudante é procurada acusada de matar o pai por golpe do seguro em MG

Ela teria tido ajuda de outros dois; filha e vítima também teriam tentado aplicar golpe com ele ainda vivo

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Por Marcelo Portela
Atualização:

BELO HORIZONTE - A Polícia Civil mineira está à caça da estudante de Direito Érica Tafarelli Vicentini Teixeira, de 29 anos, acusada de planejar o assassinato do próprio pai, Mário José Teixeira Filho, de 50, para receber R$ 1,2 milhão de três apólices de seguro de vida. Além dela, agentes também procuram o cabo da Polícia Militar Santos das Graças Alves Ferraz, de 47, suspeito de participação no crime, e pai do namorado da universitária, Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, de 19, já preso por envolvimento no homicídio.

 

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O assassinato ocorreu em 5 de agosto do ano passado. Mário Teixeira foi morto com três tiros quando estava na altura do quilômetro 43 da BR-365, em Itabirito, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Segundo o chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), delegado Edson Moreira, ele foi atraído ao local pelo cabo Santos, que chegou a lutar com a vítima antes de matá-la. Érica, que era a única beneficiária das apólices, chegou a dar entrada na papelada dos seguros, mas, devido à suspeita de envolvimento dela no crime, os valores não foram pagos.

 

Moreira conta que, inicialmente, Mário Teixeira e a filha - que já estiveram presos por estelionato - planejavam dar um golpe nas três seguradoras. "A Érica foi junto com o pai nas corretoras de seguro. Eles iam simular a morte dele (Mário). Mas, no final, não conseguiram achar outra pessoa para ficar em seu lugar e ela resolveu matar o pai", disse.

 

As investigações revelaram que pai e filha brigavam constantemente. Ele já havia revelado a testemunhas acreditar que a filha planejava matá-lo e pensou em fugir com o filho menor, mas Érica ameaçou entregá-lo para a polícia, já que Mário tinha um mandado de prisão em aberto.

 

De acordo com Edson Moreira, o crime foi planejado em conjunto pela estudante, o namorado e o militar. A quebra do sigilo telefônico dos suspeitos mostrou que, no dia do crime, Érica ligou várias vezes para o pai e que Paulo e o cabo Santos estavam no local do crime no horário em que Mário foi morto.

 

Moreira conta que os telefones dos envolvidos já eram monitorados por causa de outra investigação, realizada pelo Departamento de Investigações de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri). Quando o estelionatário foi assassinado, segundo o delegado, Paulo Ferraz ficou próximo a uma barreira da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-365 esperando o pai matar o sogro e chegou a ligar para o cabo Santos perguntando se o crime havia sido consumado.

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Outro lado. Ouvidos em depoimento no início das investigações, todos negaram envolvimento no homicídio. Mas, ainda segundo Moreira, os suspeitos "caíram em várias contradições".

 

Diante das provas, porém, a Justiça mineira decretou a prisão preventiva dos três e o delegado revela que, depois de ser preso na quarta-feira da semana passada, Paulo "começou a falar". "Ele está alegando que foi o pai e a namorada", disse.

 

Érica, que morava no bairro Belvedere, uma das áreas mais caras de Belo Horizonte, também é acusada de dar golpes em várias lojas de luxo da capital mineira. A polícia tem informações de que ela estaria escondida fora do Estado.

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