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Família busca adolescentes perdidos na Cantareira

Por Ana Carolina Moreno
Atualização:

No número 14 da Travessa Nova Esperança, no Jardim Paraná, zona norte de São Paulo, a dona de casa Rita de Cássia Alves de Oliveira, de 31 anos, pensava em dois dos cinco filhos: Francisco Ferreira de Oliveira Neto, que faz 15 anos em outubro, e Josenildo José de Oliveira, que fez 13 em julho. Os meninos estão perdidos na mata fechada da Serra da Cantareira desde as 11 horas de sábado. Até o fim da tarde de ontem, não havia sinal deles. ''''O Neto me disse: ''''Mãe, vou no pé de jaca mais o Neném (apelido de Josenildo) e volto já''''. Estão sumidos até agora'''', conta a mãe, com o olhar perdido na mata. Segundo Rita de Cássia, Neto é o filho que mais freqüenta a mata perto de casa, onde lagos e árvores frutíferas servem de área de lazer para as crianças do bairro. Neném entrou pela segunda vez nas trilhas no sábado com o irmão. Cerca de três horas depois, a mãe começou a se preocupar. ''''Na hora eu até brinquei'''', contou o filho mais velho, José Francisco de Olivera Júnior, de 16 anos. ''''Disse que eles apareceriam umas 17 horas.'''' Não demorou para que o padrasto dos meninos reunisse os vizinhos para procurá-los. Desistiram e antes da meia-noite chamaram a polícia. O Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE) iniciou as buscas na manhã de domingo, 24 horas depois do desaparecimento dos garotos. Ontem, seis homens vasculharam a área das 7 horas às 17 horas, com o apoio do helicóptero Águia da PM. ''''Fizemos o pente-fino e também nos dividimos por equipe'''', afirmou o sargento Almeida, do COE. As buscas serão retomadas hoje. O COE aconselha os pais a proibirem as crianças de entrarem na mata fechada, com ou sem acompanhamento. Rita afirma só ter aprovado porque os garotos iriam apanhar frutas num local próximo e de acesso fácil. DESCRIÇÃO Para o pedreiro Nivaldo Caetano dos Santos, de 60 anos, que ontem ajudava nas buscas, é pouco provável que eles só estejam perdidos. ''''Nós já teríamos achado.'''' Avani Alves da Silva, de 46 anos, vive na região há 11 anos, e já ouviu relatos de homicídios e estupros na mata. Há também animais como cobras e macacos. Neto vestia camiseta amarela e bermuda jeans e Neném usava camiseta azul e bermuda cinza e vermelha. Ambos usavam chinelos.

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