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Fantasias de policiais são as mais procuradas no carnaval do Rio

Operação de pacificação de favelas e sucesso do filme 'Tropa de Elite 2' aumentaram as buscas pelas roupas nas lojas do mercado popular Saara, no centro da cidade

Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - Embaladas pelo sucesso da pacificação de favelas e do filme Tropa de Elite 2, as fantasias de policiais tornaram-se as mais procuradas deste carnaval nas lojas do mercado popular da Saara, no centro do Rio de Janeiro. Com preços que variam de R$ 49,90 e R$ 127,90, as roupas têm sido compradas tanto por adultos quanto para crianças. "Acho que a pacificação e o filme mudaram a maneira de a gente ver o policial. Espero que o governo ajude as pessoas a terem uma visão positiva da polícia, fazendo uma limpa nos maus policiais", disse a dona de casa Adriana Oliveira, de 38 anos, que já comprou fantasia de "tropa de elite" para o filho mais velho.Nas Casas Turuna, referência em venda de fantasias na Saara, já se esgotaram os modelos masculinos alusivos ao filme. Mas a loja comprou outras fantasias inspiradas na segurança pública - militar, policial civil e até mesmo de agente da DEA, órgão de repressão às drogas do governo americano. "Essas grandes operações da polícia têm inspirado o pessoal. Pelo menos as mulheres dizem que vão aproveitar a fantasia para prender seus homens", brincou o vendedor Rodrigo Erculano Soares, de 30 anos, há 14 na Turuna.O bombeiro militar Aníbal Ribeiro, de 38 anos, procurava hoje uma fantasia de oficial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para o sobrinho de 3 anos. "Eu preferia que ele saísse de bombeiro, mas o pai é policial. Fazer o quê?". Ele encontrou um modelo para menino na loja Super Festa 153, por R$ 99, mas só tinha tamanho grande. A tradicional loja Silhoueta Infantil, com oito lojas na cidade, vende com exclusividade o modelo UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A roupa imita um colete à prova de balas, tem como acessório cartucheira e boina e trás a inscrição "força pacificadora". "As fantasias masculinas esgotaram. Só temos as que ficaram reservadas. A disputa é tanta que duas mães brigaram na loja pelo tamanho G", contou Adriana Lima, gerente da loja da Tijuca, na zona norte.A menina Vitória, de 5 anos, chegou a experimentar uma das poucas fantasias femininas que ainda há no estoque. Mas na última hora escolheu a tradicional baianinha, para alívio da mãe, "É mais fresca e mais em conta. Mas não me importaria que ela saísse de policial. A gente que mora em comunidade pacificada sabe o quanto nossa vida melhorou", afirmou a despachante Elizabeth Oliveira, de 41 anos, moradora do Borel.

 

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