Firma investigada em Santo André faturou R$ 7,7 mi do governo

Como o chefe do gabinete de Lula e o PT, a Projeção Engenharia foi incluída[br]entre os réus do esquema de propina na prefeitura

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Por Leandro Colon e BRASÍLIA
Atualização:

Uma empresa acusada de participar de uma quadrilha, que desviou recursos públicos e cobrou propina na prefeitura sob administração petista em Santo André, faturou R$ 7,7 milhões no governo federal entre 2007 e 2010. No último dia 18, com a negativa da Justiça em acolher recursos protelatórios, a Projeção Engenharia Paulista de Obras Ltda. virou ré na companhia de empresários, do PT e do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho. Todos são acusados de montar um esquema de corrupção entre 1997 e 2002, quando o PT comandou a prefeitura da cidade com Celso Daniel, assassinado há quase nove anos.A empresa entrou no governo Lula há três anos, por meio da Aeronáutica. No fim de 2007, a Projeção assinou um contrato de R$ 4 milhões para uma obra no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo. O serviço tinha conclusão prevista para meados de 2008. Só que, em agosto daquele ano, foi assinado aditivo de R$ 1,7 milhão por mais três meses.No começo de 2009, a mesma empresa firmou um contrato de R$ 1,2 milhão, pelo período de sete meses, para trabalhar na "recuperação das vias de acesso do setor sudoeste para a área operacional do Aeródromo do Campo de Marte". Em agosto do ano passado, no entanto, um aditivo foi assinado por mais quatro meses. Segundo o Portal da Transparência, os repasses totais para esse serviço foram de R$ 2 milhões.Caixa 2. Segundo a investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da região do ABC, autora da ação aceita pela Justiça, a Projeção Engenharia intermediou o esquema de arrecadação de propina em Santo André que, de acordo com a denúncia do Ministério Público, serviu para abastecer o caixa 2 do PT. A empresa tem como dono Humberto Tarcísio de Castro, também denunciado. Mas, de acordo com os promotores, a empresa é comandada pelo empresário Ronan Maria Pinto, réu no mesmo processo. O Estado procurou a assessoria de imprensa da Aeronáutica e a direção da empresa, mas ambos não deram resposta à reportagem até o fechamento da edição.

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