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Foragido, Nenê Constantino é visto no hospital Sírio-Libanês

Dono da Gol é acusado de ameaçar testemunhas e de obstruir a Justiça em dois processos de homicídio

Por David Moisés
Atualização:

Procurado pela polícia, o empresário Constantino de Oliveira, o Nenê Constantino, foi visto neste sábado, 23, andando pelos corredores do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, segundo relato de pacientes e visitantes. Dono da empresa aérea Gol, ele é acusado de ameaçar testemunhas e de obstruir a Justiça em dois processos de homicídio em que aparece como réu. Ele teria sido internado na quinta-feira, 21, com o nome de "Constantino Oliveira".

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A reportagem do estadao.com.br confirmou estas informações no registro de pacientes do hospital: por telefone, uma atendente disse que o paciente "Constantino Oliveira" estava ocupando o apartamento 1110. A ligação transferida para o quarto não foi atendida, assim como as seguintes, feitas diretamente para o ramal. A assessoria de imprensa do Sírio-Libanês negou que o empresário estivesse internado no hospital e negou até mesmo que houvesse algum paciente com o nome "Constantino Oliveira".A Justiça decretou a prisão preventiva do empresário na quinta-feira. Na sexta, a desembargadora Sandra De Santis, da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, determinou a prisão domiciliar, levando em conta "o precário estado de saúde" de Constantino, que tem 78 anos. Mesmo assim, ele continuou foragido.O advogado Marcelo Bessa informou, na sexta-feira, que Constantino vai se apresentar espontaneamente "tão logo tenha condições de saúde para tal". Ele não revelou qual a doença do empresário. Segundo testemunhas que o viram no hospital, Constantino não aparenta qualquer debilidade de saúde. Ele está na área VIP, onde seguranças teriam sido vistos nos últimos dias.

 

ProcessosO empresário é réu em dois processos por homicídio, entre os quais o do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, morto a tiros em 2001. Constantino é suspeito ser um dos mandantes do assassinato. Márcio liderava um grupo de cerca de 100 pessoas que ocupavam o terreno em volta da garagem da viação Planeta, na cidade satélite de Taguatinga, pertencente ao empresário.

Na quinta-feira, Constantino e três supostos cúmplices tiveram prisão preventiva determinada, sob a acusação de que vinham ameaçando testemunhas e obstruindo a Justiça. Os três foram presos, mas o empresário fugiu.Um dos detidos é o empresário Victor Foresti, genro e sócio de Constantino na empresa de transportes urbanos Planeta, a maior de Brasília. Ele é também vice-presidente do sindicato patronal do setor. Os outros presos são os motoristas João Alcides Miranda e Vanderlei Batista, que trabalhavam para o empresário na época dos assassinatos e seriam cúmplices dos crimes.Segundo a polícia, Miranda e Batista teriam contratado um pistoleiro para assassinar o dirigente, como forma de intimidar os demais ocupantes da área. Antes da execução, o empresário fez ameaças diretas de morte ao líder comunitário, que sofreu agressões e teve o barraco incendiado. Eles são acusados da morte de outro morador da área, assassinado nove meses antes.

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