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Funcionários do Ipea rejeitam críticas de perda de foco e aparelhamento

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 16, a Associação dos Funcionários do Ipea rejeita críticas de que instituto perdeu foco e é aparelhado com indicações políticas

Por Vinicius Neder
Atualização:

RIO - O sindicato dos funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (Ipea) defendeu o órgão das críticas após o reconhecimento público de um erro na divulgação da pesquisa Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres, em março. Em nota divulgada nesta quarta-feira, 16, a Associação dos Funcionários do Ipea (Afipea Sindical) rejeita as críticas de que o instituto perdeu o foco e é aparelhado com indicações políticas.

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Na divulgação, a pesquisa do Ipea apontava que 65% dos brasileiros concordavam total ou parcialmente com a formulação de que as mulheres mereciam ser atacadas quando usavam roupas que mostram seu corpo. Após avaliação interna, o próprio Ipea informou que a taxa na verdade era de 26%.

O alto índice de preconceito contra a forma de vestir das mulheres estourou nas redes sociais e se transformou numa campanha de protesto. Até a presidente Dilma Rousseff comentou publicamente a necessidade de a sociedade brasileira reduzir a violência contra a mulher.

Em entrevista a Estado, o presidente do Ipea, Marcelo Neri, creditou a incorreção a um "erro de planilha", classificado como uma fatalidade. No entanto, o economista destacou que a correção no dado inicialmente informado "muda o grau, mas não muda a conclusão geral, de que existe certa permissividade, certa tolerância com a violência contra a mulher".

Para rebater as críticas após o reconhecimento do erro, a nota da Afipea Sindical destaca que "o instituto foi acusado de ter deslocado o seu foco dos assuntos econômicos passando a lidar com a problemática social, como se não tivesse competência para fazê-lo". "Ora, o Ipea trata das questões sociais desde meados dos anos 1960", diz a nota.

Corpo técnico. Em relação às acusações de aparelhamento por indicações políticas, o sindicato alega que "todos os nossos servidores são estatutários". Além disso, a nota defende que a atuação sob diretrizes "de qualquer governo" não interfere a pluralidade do corpo técnico.

"Os servidores do instituto têm as mais diversas posições político-ideológicas, atualmente todos os seus diretores são servidores estatutários do Ipea, a formação acadêmica dos técnicos de planejamento e pesquisa e dos demais servidores de nível superior é a mais plural possível e suas filiações teórico-metodológicas, em cada área profissional, são igualmente heterogêneas", diz a nota.

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O texto também critica a abordagem da imprensa sobre o reconhecimento do erro por parte do Ipea. O sindicado reclama de não ter sido consultado sobre sua posição.

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