Governador tem vantagem contra tucano no Piauí

Ao fim de campanha marcada por agressões e recursos ao TRE, Martins tem 54% contra 39% [br]do rival Silvio Mendes

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Por Luciano Coelho
Atualização:

Para que os 2.261.862 eleitores do Piauí possam ir às urnas com tranquilidade, neste segundo turno, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado teve de se empenhar bastante na solução dos problemas práticos que apareceram nos últimos dias. Contra o governador Wilson Martins (PSB), que concorre à reeleição, está o candidato Silvio Mendes (PSDB). No primeiro turno, Martins ficou a pouco menos de 4 pontos porcentuais de faturar a vitória - teve 725.563 votos, o equivalente a 46,37% dos válidos. O tucano Mendes recebeu 470.660 votos, ou 30,08% dos válidos.Segundo o presidente do TRE piauiense, desembargador Raimundo Eufrásio Filho, foi preciso mobilizar cerca de 3 mil pessoas e até aeronave para levar as urnas eletrônicas a áreas mais distantes do interior. Pelos cálculos do desembargador, o resultado da eleição, apesar de se tratar de apenas dois candidatos, só deverá ser conhecido por volta da meia-noite. O principal problema, lembrou o desembargador, foram as fortes chuvas e ventos que atingiram a região sul do Estado e derrubaram torres de transmissão, além de isolar algumas estradas. A solução que teve de adotar, rápida, foi providenciar um helicóptero para transportar urnas para o município de Gilbués, que fica a 797 quilômetros ao sul de Teresina, e tem pouco mais de 7 mil eleitores. "Já mandamos consertar as torres para transmissão e as urnas seguiram no helicóptero. Está tudo resolvido. E continua dentro do que foi planejado", disse ele. Eufrásio Filho considera que não deverá ser alto o índice de abstenção. No primeiro turno, as 7.424 seções eleitorais receberam um total de 1.813.324 votantes. As abstenções chegaram a 19,82% (448.538 eleitores).Os 3 mil homens convocados, entre policiais militares, civis, polícia rodoviária, tropas federais e Exército - todos envolvidos em um amplo plano de segurança - foram distribuídos por 25 municípios.Terço e porrete. "Existem fatos ruins, mas vamos rezar para que não aconteçam. Se acontecerem, vamos atuar com todo rigor. Dissemos que temos um terço na mão para orar e um porrete na outra, para atuar", afirmou Eufrásio Filho.O procurador regional eleitoral, Marco Aurélio Adão, revelou que as equipes da Polícia Federal estão investigando, no interior, várias denúncias de corrupção. "Temos uma fiscalização intensa e todas as providências para as investigações foram adotadas", avisou. "Não vamos falar sobre investigações em andamento e nem quantidade, mas estamos atuando como determina a lei", acrescentou o procurador. Agressões. Como em outros Estados, a campanha foi marcada, nas últimas semanas, por agressões - e por muitos recursos à Justiça Eleitoral. Do dia 3 até a última sexta-feira, foram mais de 75 processos, na maioria do governador contra seu adversário. "A questão é que existe uso da máquina pública, uso indevido dos meios de comunicação", reclamou a advogada Geórgia Nunes, da candidatura tucana.Na guerra de jingles, que invadiu as ruas de Teresina e outras cidades, o governador utilizou na propaganda o refrão "Molim, molim", para dizer que iria ganhar fácil, e o tucano respondeu com "Durim, durim" ou frases do tipo "Lotearam o governo, tudim, tudim".

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