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Governo estuda dar bônus de até R$ 800 a controladores

Pacote prevê realização de um concurso para a contratação de 600 profissionais

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo estuda medidas para tentar conter a insatisfação dos controladores de vôo. As propostas incluem a concessão imediata de gratificações entre R$ 600 e R$ 800 para os sargentos da Aeronáutica que trabalham no controle do tráfego aéreo - e que ganham atualmente cerca de R$ 2 mil por mês. Essa iniciativa seria complementada pela reestruturação da carreira do pessoal civil, que atualmente recebe um pouco mais do que os militares e passaria a ganhar salários de R$ 3,1 mil. O pacote em estudo inclui ainda a ampliação do quadro de controladores civis, com a realização de um novo concurso, ainda este ano, para contratação de 600 profissionais. Mais adiante, seriam admitidos mais 1,4 mil controladores civis - que, num prazo de dez anos, corresponderiam a mais de 60% do quadro total. Atualmente, há 2.115 controladores militares e 413 civis. Os controladores defendem a desmilitarização da atividade - mudança que conta com o apoio até dos sargentos, que julgar seguir hoje regras mais rigorosas do que os civis. A desmilitarização, no entanto, é rechaçada pela Aeronáutica, que a partir da semana que vem terá um novo comandante, o brigadeiro Juniti Saito. O ministro da Defesa, Waldir Pires, lembrou ontem ter prorrogado o prazo para um grupo de trabalho elabore propostas para o setor. O ministro disse ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Tráfego Aéreo, Jorge Botelho, que precisa discutir ainda alguns temas com o grupo. Na conversa, ocorrida na semana passada, pediu ainda a Botelho que os controladores tivessem paciência e não tomassem, durante o feriado do Carnaval, nenhuma atitude capaz de tumultuar os aeroportos. A previsão é que o grupo de trabalho volte a se reunir a partir do final da semana que vem, depois de o novo comandante assumir o cargo e o ministro ter tempo de conversar mais sobre a questão. Na conclusão do estudo, o GT propôs a desmilitarização do controle e reestruturação do setor. A Aeronáutica fez constar um adendo à conclusão da proposta, informando que discordava do fim do controle militar do setor. O assunto será decidido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não opinou ainda sobre o tema e já avisou que quer ouvir vários setores antes de decidir. A Aeronáutica conseguiu levar sua proposta de gratificação adiante, fazendo-a chegar à Casa Civil, depois de ter convidado técnicos do Ministério do Planejamento para conhecerem como funciona o complexo sistema de tráfego aéreo, no Cindacta-1, em Brasília. Mostrou como funcionam de forma integrada os sistemas de controle de tráfego civil e militar e eles teriam comprado a idéia, que estaria, agora, na Casa Civil.

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