Governo volta a pedir clemência para Indonésia

Reunião neste sábado pode marcar execução de brasileiro condenado por tráfico; apelações acabaram

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Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O governo da presidente Dilma Rousseff voltou a pedir clemência para o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, detido por tráfico e condenado à morte na Indonésia. A solicitação é feita às vésperas de uma reunião em que, provavelmente, será informada oficialmente a data do fuzilamento de Gularte e mais nove estrangeiros.

A Indonésia convocou o representante da Embaixada do Brasil no país, juntamente com os diplomatas de todos os países que têm cidadãos no corredor da morte, para comparecerem a uma reunião neste sábado, às 2 horas de Brasília, na prisão de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 km de Jacarta, para serem informados sobre os próximos passos a serem adotados em relação aos condenados. Embora o assunto não tenha sido adiantado, a praxe é que os governos sejam convocados para tomar conhecimento da execução 72 horas antes de ela ocorrer. 

O surfista brasileiroRodrigo Gularte foipreso por tráfico de cocaína na Indonésia, em 2004 Foto: AP

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Em mais uma tentativa de evitar a morte de Rodrigo Gularte, o encarregado de representante da Indonésia no Brasil foi chamado ao Itamaraty, no fim da tarde desta sexta-feira, 24, para ouvir um novo pedido de clemência. O embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, subsecretário-geral da comunidade brasileira no exterior, disse ao ministro-conselheiro da Indonésia Rizki Safary, que embora o governo brasileiro não desconsidere a gravidade do crime cometido por Gularte e respeite a legislação local, apelava para que ele não fosse fuzilado, por “razões humanitárias”, já que foi diagnosticado com esquizofrenia.

As relações entre Brasil e Indonésia estão estremecidas desde a execução do brasileiro Marco Archer Moreira, em 18 de janeiro, condenado por tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína. Em represália, a presidente Dilma se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, Toto Riyanto, em 20 de fevereiro. Por isso, hoje o principal representante indonésio no Brasil é um ministro-conselheiro e não o embaixador.

Além da conversa com Rizki Safary, no Itamaraty, nesta sexta, o embaixador do Brasil na Indonésia ainda foi ao Ministério das Relações Exteriores de lá para reiterar o mesmo pedido de clemência. Enquanto isso, o governo brasileiro continua prestando assistência psicológica a Rodrigo Gularte e sua família, que também está naquele país. Já o governo indonésio informou nesta sexta que todos os recursos e apelações judiciais possíveis já foram esgotados pelos condenados e a execução seria apenas uma questão de dias.

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