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Greve de garis deixa ruas do Rio cobertas de lixo

Banheiros químicos instalados na região dos blocos de carnaval também estão sem manutenção

Por Marcelo Gomes - O Estado de S. Paulo
Atualização:

As ruas do Centro do Rio de Janeiro amanheceram cobertas de lixo neste domingo, 2, de carnaval devido à greve deflagrada por um grupo de garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).  Os trabalhadores exigem melhores condições de trabalho, reajuste salarial, vale-refeição e pagamento de hora extra. Com isso, as avenidas Rio Branco, Presidente Vargas e Almirante Barroso, além do Largo da Carioca e da Lapa, ainda estão com montanhas de garrafas, latas, sacos plásticos e restos de comida por conta dos blocos que desfilaram pela região no sábado. Os banheiros químicos instalados na região também estão sujos. 

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Na manhã deste domingo, um grupo de garis (sem uniforme da Comlurb) iniciavam a limpeza da Avenida Rio Branco, por onde desfilam os principais blocos do Centro do Rio. A via recebeu ontem o Cordão da Bola Preta, que arrastou 1,3 milhão de foliões, segundo estimativas da Prefeitura. Os profissionais de limpeza trabalhavam escoltados por policiais militares. Há informações de que o grupo de grevistas estaria ameaçando quem estivesse furando a paralisação.

A greve dos garis foi iniciada na madrugada de sábado (01). Pela manhã, a pedido da Comlurb, o plantão da Justiça do Trabalho declarou a paralisação ilegal e concedeu liminar determinando o imediato retorno dos garis ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 25 mil.

“Segundo relato inicial, os trabalhadores estariam impedindo a realização dos serviços, como a saída dos caminhões de lixo, mediante o emprego da força, o que, a toda evidência, ressalta a índole reprovável do movimento, em desrespeito à dignidade da pessoa humana, princípio fundamental proclamado pelo Magno Texto Republicano. Os sérios transtornos causados à população - justamente no feriado festivo de carnaval - são evidentes e independem de prova”, escreveu a desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

À tarde, cerca de 400 garis grevistas que caminhavam pela Avenida Presidente Vargas em direção ao Sambódromo entraram em choque com policiais militares, nas proximidades da sede da Prefeitura. O conflito começou depois que a passeata foi barrada pelos PMs. Os manifestantes foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo. 

Em nota, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio declarou que a paralisação foi deflagrada por um grupo de garis “sem representatividade junto à categoria”. 

A Comlurb informou neste domingo que “mantém sua rotina especial de limpeza programada para o período de Carnaval. Alguns pontos da cidade sofreram interferência de membros de um grupo de grevistas sem representatividade nem ligação com sindicato reconhecido da categoria e com movimento considerado ilegal pela Justiça do Trabalho, o que dificultou e atrasou a realização dos serviços nestes locais. A Comlurb está mobilizada na correção da limpeza nos pontos onde houve problemas. A Companhia reitera que está em negociação com o sindicato da categoria, como faz anualmente no período do acordo coletivo”.

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