Idosa cobra R$ 3 duodecilhões do Banco do Brasil

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Por Agencia Estado
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Uma costureira aposentada que vive em Juiz de Fora (MG) e ganha salário mínimo luta, na Justiça, por uma indenização astronômica, que supera, e muito, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e pode torná-la a pessoa mais rica do mundo. Eunice Mendes Garcia, de 72 anos, cobra do Banco do Brasil uma cifra superior a R$ 3 duodecilhões. Em números exatos, R$ 3.141.055.064.767.270.000.000.000.000.000.000.000.000,00. Segundo um escritório de contabilidade contratado por Eunice em 2002, este é o valor atualizado de um pagamento recebido pelo avô dela há quase 80 anos. A aposentada perdeu a disputa judicial contra o banco no fórum local e no Tribunal de Justiça de Minas, mas não desistiu. Esta semana, vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. O valor cobrado por Eunice representa quase 24 quintilhões de vezes o PIB brasileiro, de R$ 1,32 trilhão. A origem de tanto dinheiro é bem mais modesta. Em 1928, o avô da aposentada, o empresário Jeremias Garcia, recebeu alguns milhares de réis, a moeda da época, pela construção de um trecho da ferrovia entre Juiz de Fora e Lima Duarte, na Zona da Mata mineira. O pagamento foi feito pela Estrada de Ferro Central do Brasil, hoje Ferrovia Centro-Atlântica. Com problemas de saúde, o empresário deu ao filho, Paulo Garcia, uma procuração para que ele movimentasse a conta corrente no Banco do Brasil. No ano seguinte, Paulo Garcia, pai de Eunice, zerou a conta. O advogado da aposentada, Carlos de Oliveira Barros, se prende a um detalhe para reclamar a indenização. Segundo ele, a procuração não dava a Paulo Garcia direito de fazer retiradas, mas apenas de executar pagamentos em nome do empresário. Barros afirma que o Banco do Brasil não poderia permitir que a conta fosse zerada. Não foi o que o Tribunal de Justiça de Minas entendeu. Para os desembargadores que analisaram o processo, o documento dava ao pai de Eunice poderes para movimentar livremente o dinheiro. Eunice recebeu o espólio da avó e, por isso, acredita ter direito aos valores. Casa aconchegante A perspectiva de tornar-se a pessoa mais rica do mundo parece não mexer com a imaginação da aposentada. "Se eu ganhar a indenização, a primeira coisa que vou fazer é comprar uma casa própria. Não precisa ser luxuosa, basta ser aconchegante", diz Eunice, que vive com uma aposentadoria de R$ 300 e paga aluguel de R$ 250. Para se manter, ela faz bicos como costureira. Com o dinheiro, a aposentada pensa também em viajar por toda Minas Gerais e em "ajudar as pessoas". Viagens para o exterior não estão em seus planos. Cabe aos juízes do STJ decidir se os sonhos de Eunice vão virar realidade.

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