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Impacto é principal causa das mortes

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Por Redação
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"A causa primeira foi a desaceleração, mais o impacto e a explosão'''', disse Ferrari, que preside a Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, entidade que reúne, além de médicos, outros profissionais de saúde que trabalham em situações de emergência e UTIs, como enfermeiros. O segundo fator principal das mortes foi a inalação de gases tóxicos, afirmou ainda Ferrari. O terceiro, as queimaduras. "Mas maioria das pessoas não sentiu dor das queimaduras". Para ele, as fraturas já tinham levado as vítimas a perder os sentidos. Muitos corpos foram encontrados com várias partes fraturadas, afirmou. Um total de 180 corpos tinham sido retirados dos escombros até o fim da noite de ontem: 146 já tinham sido enviados ao Instituto Médico-Legal, 12 haviam sido identificados pelas famílias e 5 foram liberados. Três pessoas morreram a caminho do hospital. Dos 18 feridos atendidos nos pronto-socorros da cidade, 10 tiveram alta. Segundo o superintendente da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, Celso Periolli, as próximas identificações devem ser mais difíceis. "Os corpos estão num grau de carbonização muito alto." Por isso, afirma, não é possível prever quando serão concluídos os trabalhos. A identificação das primeiras vítimas foi mais fácil porque os corpos estavam parcialmente carbonizados - foram utilizadas as digitais dos mortos. Periolli afirmou que as próximas terão de ser feitas com base em informações passadas pelos familiares das vítimas, como pinos nos ossos, tatuagens, piercings, anéis, relógios ou vestimentas. "Vamos fazer uma triagem em busca das características físicas", afirmou o superintendente. "Se nada disso funcionar, o reconhecimento será por meio de exame de DNA, mais demorado", disse Periolli. O dia foi de angústia para os familiares das vítimas. Eles tiveram que se dirigir ao Aeroporto de Congonhas para responder a um questionário sobre as características físicas dos mortos, para facilitar a identificação e os dados foram passados para a equipe de legistas. O atendimento era confuso. FIM DAS BUSCAS No IML, à tarde, o secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão, disse que havia possibilidade de as buscas pelos corpos terminarem na madrugada de hoje. Segundo ele, a principal dificuldade era o fato de o "nariz" do avião estar em uma área com risco de desabamento. Dois prédios e outros 27 imóveis continuam interditados. Ainda havia material combustível e fumaça entre os escombros.

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