Indonésia tem seis execuções ao mesmo tempo por fuzilamento

Além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, outras cinco pessoas aguardam a pena de morte simultânea

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Por Fabio de Castro
Atualização:

 A execução de seis prisioneiros estava agendada para meia-noite de domingo, 15 horas de sábado no Brasil. Além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, aguardavam a pena de morte Rani Andriani, da Indonesia, Tran Thi Bich Hanh, 37, do Vietnã, Namaona Denis, 48, do Malawi, Daniel Enemuo, 38, da Nigeria e Ang Kiem Soei, nascido em Papua, mas de nacionalidade holandesa.

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Em dezembro, o presidente da Indonésia, Joko Widodo declarou que 64 prisioneiros sentenciados à morte por envolvimento com o tráfico de drogas teriam seus pedidos de clemência rejeitados. "As 64 execuções oficiais são necessárias, porque a Indonesia está em um estado de emergência em relação às drogas, com pessoas morrendo diariamente", disse Widodo na ocasião.

De acordo com o procurador-geral do governo da Indonésia, Muhammad Prasetyo, as execuções têm o objetivo de deter o tráfico de drogas. "Mesmo com as execuções ainda estamos em um estado de emergência contra as drogas. Imagine se nós não executássemos essas pessoas", declarou Prasetyo. Ele afirmou também esperar que os condenados aceitassem seu destino com "calma em seus corações".

A pena de morte na Indonésia é aplicada por pelotões de fuzilamento. Os seis condenados seriam fuzilados separados, simultaneamente, em áreas gramadas isoladas, por pelotões de 12 atiradores das forças paramilitares BRIMOB. No sistema indonésio, os condenados são vestidos com uma camisa branca e depois são introduzidos no local de execução por um sacerdote.

São concedidos a eles três minutos para se acalmarem. Os prisioneiros são, então, vendados e escolhem se preferem permanecer de pé, sentados ou ajoelhados. Um médico é escalado para fazer uma marca na camisa sobre o coração. Depois que a checagem final é concluída, o comandante ordena que o pelotão abra fogo. Os 12 atiradores ficam a uma distância de cinco a 10 metros. Apenas três deles têm munição verdadeira. Se o prisioneiro permanecer vivo, o comandante dá um último disparo acima da orelha do condenado.

Segundo Prasetyo, as execuções seriam simultâneas "em consideração psicológica, assim não é preciso que cada um espere o próximo". Durante as execuções, o porto e as águas em torno da ilha de Nusa Kambangan - onde os prisioneiros são executados, na costa meridional de Java - são regularmente patrulhados. Apenas guardas da prisão e parentes dos prisioneiros são autorizados a entrar na área.

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