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Isolado por via terrestre, Acre tem estoque de alimentos para 20 dias

De acordo com o diretor da Associação dos Distribuidores de Alimentos, orientação é manter o consumo normal, sem estocar comida

Por Itaan Arruda
Atualização:

RIO BRANCO - O diretor institucional da Associação dos Distribuidores de Alimentos do Acre, Luiz Deliberatto, informou que, isolado, o Acre tem estoque de alimentos para os próximos 15 ou 20 dias. "O que é preocupante é que, diante do excesso de chuvas, não estamos vislumbrando alternativas no curto prazo", disse Deliberatto. "A orientação é evitar o abastecimento e manter o consumo normal, sem estocar comida."

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"Por enquanto, nós ainda não estamos sentindo os efeitos de desabastecimento porque a interrupção total do trânsito de caminhões ocorreu somente ontem (quinta)", afirmou um dos donos da maior rede de supermercados do estado, Ádem Araújo.

O Acre está temporariamente isolado do País por via terrestre desde quinta-feira, 20, pela manhã, quando a PRF e o Dnit decidiram interromper o tráfego de veículos, até mesmo inclusive carretas, pela BR-364, única ligação do Estado por terra com as demais regiões.

O excesso de chuva na região de Rondônia é a causa isolamento do Acre. O Rio Madeira invadiu a BR-364 em vários pontos. Na estrada, o nível da água alcança até 50 centímetros. Associado à correnteza, isso coloca em risco o trânsito de veículos.

A greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) agrava a situação. Os caminhões que conseguiram transpor as águas não tiveram as mercadorias liberadas pela autarquia. Os servidores estão parados por tempo indeterminado e só voltam ao trabalho após o Governo Federal assinar portaria que atenda às reivindicações pleiteadas há mais de seis anos.

"Isso é ruim para o comércio e estou preocupado", afirmou o presidente da Associação Comercial do Acre, Jurilande Aragão. "E o pior é que não há muito o que fazer no momento."

"Nossos clientes estão prejudicados, mas, até o momento, estão compreendendo a situação", disse a presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras do Acre, Nazaré Cunha. Ainda não se tem cálculos precisos dos prejuízos causados ao comércio com a interrupção temporária do trânsito pela BR-364 em função da cheia do Rio Madeira. O Acre já conhece a rotina de um estado isolado. Até o fim dos anos 1970, a BR-364 no trecho entre Porto Velho e Rio Branco só era aberta poucos meses por ano.

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