Ivete fica de fora no último dia de festa em Salvador por causa de virose

Folia tradicional na Quarta-feira de Cinzas foi comandada por Marcio Vitor, da banda Psirico

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Por Heliana Frazão
Atualização:
Arrastão encerra o carnaval em Salvador Foto: Prefeitura de Salvador

SALVADOR - Nem Ivete Sangalo, nem Carlinhos Brown. Este ano, o tradicional arrastão de Quarta-feira de Cinzas, do carnaval de Salvador, que põe fim à folia baiana, foi comandada por Marcio Vítor, da banda Psirico. Alegando ter contraído uma virose, Ivete se despediu mais cedo da folia e não participou do evento, ao qual compareceu pelos últimos dez anos. Ela já havia anunciado que esse seria o seu último ano no arrastão. Brown, que idealizou e sempre esteve à frente do evento, apenas comunicou que não participaria: “deixei para os meus colegas", comentou, sem dar explicações.

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Mas a alegria não foi menor. Passava um pouco das 10h quando Márcio Vítor anunciou: "vai começar o maior arrastão do carnaval". Milhares de foliões se aglomeravam na Barra, orla da cidade, pela manhã, aguardando a continuidade da festa.

O comandante do Psirico recebeu ainda a companhia do sertanejo Daniel Vieira, de Tays Reis, e de Igor Kannário, que, ao som de "Depois de nós, é nós de novo", e outros dos seus hits, garantiu a animação. Já por volta das 14h, sob um forte sol, os artistas tentavam encerrar a festa, mas o grande público insistia em permanecer, no bairro de Ondina.

O arrastão acontece no circuito Barra-Ondina, sem cordas, e leva menos tempo que o desfile normal dos blocos. No decorrer do arrastão, o som dos trios se confundia com o dos trabalhadores que já iniciavam o desmonte dos camarotes armados ao longo do circuito, e a retirada tapumes que protegiam os estabelecimentos comerciais.

Patrocínio. Em entrevista de balanço final da festa, na manhã da quarta-feira, o prefeito ACM Neto voltou a defender o modelo de exclusividade da cerveja adotado para o carnaval de Salvador. Segundo Neto, "é fundamental o modelo que foi definido para a arrecadação de recursos. Com o dinheiro do patrocínio, pagamos metade do evento. Em quatro anos temos R$ 100 milhões com esse modelo. Isso permite que a prefeitura dê início a construção de um hospital municipal. Salvador é uma cidade pobre e nós arrecadamos pouco", explicou.

O gestor anunciou também que o contrato de exclusividade com a empresa Brasil Kirin, dona da cerveja Schin, termina neste ano. "Vamos reabrir o processo e qualquer cervejaria pode participar. Qual vai ser a cerveja? Depende de quem queira patrocinar. Não somos nós que escolhemos. A cidade necessita deste retorno", ressaltou.

Violência. Em outro ponto da cidade, o secretário da Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, também fez um balanço, mas da violência nos sete dias da folia baiana. Barbosa considerou a festa um sucesso dentro do que estava previsto. Apesar das duas mortes ocorridas no circuito da festa, de vítimas identificadas como catadores de material reciclável, o secretário afirmou que, neste ano, houve redução nas tentativas de homicídio em 7,6%, o número de lesões corporais foi 6% menor do que o registrado em 2015, e que também houve uma redução em 3,5% de crimes contra o patrimônio. 

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Barbosa disse que as ocorrências mais relevantes registradas nos circuitos da folia não ocorreram com armas de fogo e destacou a importância dos portais de entrada dos circuitos para obter o resultado deste ano. Cerca de 20 mil pessoas foram abordadas nos portais. Foram apreendidas duas armas de fogo, 64 armas brancas e 354 objetos com potencial de arma branca. Foram detidas 42 pessoas nas delegacias, sendo 13 presas em flagrante. 

Ele ainda destacou a presença de cerca de 26 mil policiais e o uso da tecnologia. Segundo, Barbosa foram investidos mais de R$ 42 milhões para garantir tranquilidade aos foliões. "Para nós, é um resultado muito positivo", concluiu.  

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