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Japão vence obesidade

Na lista das nações com menores índices de obesidade (descontando aquelas que lutam contra a fome e a miséria), o país aparece com uma taxa de 3,7%

Por Jairo Bauer
Atualização:

Como manter o peso de toda uma população sob controle? Quais as armas mais eficientes para vencer a epidemia mundial de obesidade e garantir mais saúde para todos? Na contramão dos países desenvolvidos, o Japão tem dado uma verdadeira “lição” nessa matéria. Na lista das nações com menores índices de obesidade (descontando aquelas que lutam contra a fome e a miséria), o país aparece com uma taxa de 3,7%. Para efeito de comparação, por aqui, dados de 2016 do último Vigitel (inquérito nacional sobre saúde, feito por telefone) revelam que mais da metade dos brasileiros enfrenta excesso de peso e 20% estão obesos. Nossos vizinhos Uruguai, Argentina e Chile têm taxas de obesidade na casa dos 25%.

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E quais os segredos nipônicos? De acordo com reportagem no site da BBC Brasil, duas leis e a cultura alimentar dos japoneses ajudam a manter a população mais magra. A primeira lei (Shuku Iku) traz informações importantes para os estudantes sobre cadeia alimentar, origem dos alimentos e educação nutricional, desde o ensino fundamental até o fim do médio. Válida desde 2005, ela determina também cardápios mais saudáveis nas escolas e nutricionistas dando aulas sobre alimentação para os jovens. Está proibida, também, a presença de máquinas e quiosques que vendam bebidas ou alimentos industrializados no espaço escolar. Cada refeição é encarada como um ato social, em que os alunos põem a mesa, ajudam na preparação dos alimentos e aprendem a compartilhar. 

A segunda lei (Metabo) estimula adultos de 40 a 75 anos a medirem uma vez por ano sua circunferência abdominal, uma informação considerada mais significativa para a saúde do que o índice de massa corporal (IMC), que correlaciona o peso com a altura das pessoas. Para a Organização Mundial da Saúde, uma medida de mais de 94 cm para os homens e 80 cm para as mulheres revela maiores riscos de diabete e doenças cardiovasculares.

Uma vez por ano, os órgãos públicos e as empresas têm de medir a circunferência dos trabalhadores. Se estão acima do normal, os empregados são estimulados a participar de sessões de apoio e a fazer mais atividade física. As empresas também devem estimular os funcionários a ir caminhando ao trabalho ou usarem a bicicleta.

A cultura local também tem seu papel na manutenção das taxas mais baixas de obesidade. Ela privilegia alimentos mais naturais, frescos, com muitos vegetais e sempre em pequenas porções. Não tem nenhum grande milagre envolvido. Será que conseguiríamos criar leis e adotar medidas como essas por aqui? 

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Sono e peso. Uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition mostra que dormir oito horas por dia pode ser um ponto central para manter o peso sob controle em quem tem tendência genética à obesidade. O trabalho da Universidade de Glasgow avaliou 120 mil participantes. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Os resultados mostram que dormir mais de nove horas ou menos de sete horas está associado a uma facilidade em ganhar quilos. O ideal é que a pessoa durma em torno de oito horas diárias. Para os especialistas, além de controlar melhor alimentação e atividade física, quem carrega os genes de obesidade deveria prestar atenção redobrada ao sono. 

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