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Jovens criam site que contabiliza número de mortos no Rio

Site é atualizado com números de mortos e feridos devido a violência no Estado

Por Agencia Estado
Atualização:

É muito comum ouvir que o Rio de Janeiro e outros Estados brasileiros têm tantas mortes violentas quanto países em situação de guerra. Pensando nisso, Andre Dahmer e Vinicius Costa, jovens moradores do Rio, decidiram criar o site Rio Body Count, que disponibiliza diariamente a quantidade de pessoas mortas e feridas no Estado. O número de mortos é computado desde a última quinta-feira, 1º, e tem como base notícias de imprensa e relatos de colaboradores. Segundo o analista de sistemas Vinicius Costa, 25 anos, a idéia surgiu do site Iraq Body Count, que mantém e atualiza diariamente o número de civis mortos no Iraque devido a ação das tropas norte-americanas desde o início da guerra, em março de 2003. "Olhando alguns estudos feitos pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEQ), percebemos o que todo mundo já sabe mas não quer enxergar: morre tanta gente aqui (no Rio) quanto lá (no Iraque)", acrescentou. Para ele, as causas da violência no Rio são, entre outras, a falta de investimento em educação e falta de vontade "não só política, mas também da sociedade". De acordo com Costa, o problema está na acomodação do povo, "que gosta muito de reclamar, mas depois liga a TV e fala que trabalhou o dia inteiro, tentando se isentar da responsabilidade. É preciso acordar. Parar de fechar os olhos, achando que o problema vai sumir". Uma das saídas apontadas pelo criador do site é justamente o investimento na educação. Segundo ele, "as chances de uma criança não se tornar uma infratora da lei é milhões de vezes maior se você a coloca na escola". Carioca do bairro da Água Santa, zona norte do Rio, Costa, que se considera minoria por nunca ter sido assaltado em sua cidade, diz que a violência não é grande apenas no Rio. "Temos recebido inúmeros e-mails de pessoas de São Paulo e Minas dizendo que nesses lugares é quase a mesma coisa. Claro, o que acontece aqui no Rio tem maior exposição, mas a situação está crítica em todo o Brasil. Não só no Brasil, mas em todo o mundo", finalizou.

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