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Juíza determina indenização para familiares de Amarildo

Conforme sentença, família de pedreiro morto por policiais militares em 2013 deve receber R$ 3,5 milhões do governo estadual, que diz ainda não ter sido notificado

Por Sergio Torres
Atualização:

RIO - A família do pedreiro Amarildo Dias de Souza, sequestrado e morto por policiais militares em julho de 2013, terá que ser indenizada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro em R$ 3,5 milhões, determina sentença da juíza Maria Paula Galhardo, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Rio. A viúva de Amarildo, Elizabeth Gomes da Silva, e os seis filhos do casal receberão R$ 500 mil cada um, conforme a decisão judicial de primeira instância. As três irmãs do pedreiro receberão R$ 100 mil cada uma, decidiu a juíza. A viúva ainda terá direito a vencimentos mensais no valor do salário mínimo vigente até a morte. O governo estadual informou que ainda não foi notificado da decisão judicial. É possível que recorra ao Tribunal de Justiça (TJ) do Estado contra a sentença.

Viúva e familiares protestam na Favela da Rocinha contra o sumiço de Amarildo Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

Morador da favela da Rocinha, em São Conrado, zona sul, Amarildo desapareceu após ser detido por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade, que investigavam a atuação de traficantes de drogas. Tinha 47 anos. O sumiço engrossou as manifestações de rua daquele ano. A frase “cadê o Amarildo” foi entoada em coro por milhares de manifestantes naquele ano nas principais cidades brasileiras. Em fevereiro deste ano, a juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal da Capital, condenou 12 dos 25 policiais militares denunciados pelo desaparecimento e morte do pedreiro. Os PMs foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual. A maior pena foi dada ao ex-comandante da UPP da Rocinha, major Edson Raimundo dos Santos: 13 anos e sete meses de prisão. O subcomandante da UPP, tenente Luiz Felipe de Medeiros, foi sentenciado a 10 anos e sete meses de reclusão. O soldado Douglas Roberto Vital Machado, a 11 anos e seis meses.

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