Justiça de SC solta presos acusados por estupro e homicídio após rebelião
Magistrado considerou que não havia vagas para detentos depois do motim que destruiu presídio em Lages; para promotor, determinação premia 'baderna'
Por Aline Torres
Atualização:
FLORIANÓPOLIS - O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) tenta reverter uma decisão da Justiça que liberou 70 presos, entre eles, condenados por estupro de vulnerável e homicídio. A decisão foi de dois juízes, após rebelião no Presídio Regional de Lages, na região serrana, no dia 19 de janeiro.
PUBLICIDADE
O presídio estava superlotado. Eram 267 homens em um espaço com metade da capacidade. Durante a rebelião, os detentos queimaram colchões, dez prisioneiros foram hospitalizados - um deles continua internado -, e 14 celas foram destruídas.
A Secretaria de Justiça e Cidadania transferiu 82 homens para outras unidades prisionais. Mesmo assim, por entenderem que não havia vagas para os prisioneiros diante dos prejuízos causados no prédio, o juíz beneficiou os detentos com a prisão domiciliar.
O MP-SC entrou com mandado de segurança, no sábado, 28, por entender que a liberação foi "ilegal e abusiva". O promotor Leonardo Cazonatti Marcinko, que solicitou o mandado de segurança ao Tribunal de Justiça, disse que não foram analisados os crimes, nem o grau de periculosidade dos prisioneiros e que "a soltura indiscriminada premia os presos por atos de baderna e destruição no sistema prisional".
O juiz Geraldo Bastos, que atua na 1° Vara Criminal de Lages, explicou que os homens liberados cumprem penas no regime semiaberto. Portanto, pernoitarão em casa em vez de dormirem na unidade prisional enquanto o prédio é reformado.
Veja imagens do interior do presídio de Alcaçuz
1 / 14Veja imagens do interior do presídio de Alcaçuz
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Corredor da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Uma das celas da Penitenciária Estadual de Alcaçuz Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Mais detalhes da cela Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
A Penitenciária Estadual de Alcaçuz é a maior do Rio Grande do Norte Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Área externa do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Alcaçuz se localiza na cidade de Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal, a cerca de 25 quilômetros da capital potiguar Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Corredor de celas da penitenciária Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Sala de aula do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Cozinha onde os funcionários do presídio preparam refeições para os detentos Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Preparo de refeição para os detentos Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Sanitário de uma das celas Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Grades que separam ala do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Área reservada apenas a funcionários da cadeia Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
O massacre de 14 de janeiro de 2017 foi a maior matança registrada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz Foto: Divulgação