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Laudo não aponta digitais de acusados de matar João Hélio

Foram examinadas as impressões digitais recolhidas dentro do carro da mãe do garoto que foi roubado pelos criminosos;vítima foi arrastada por sete quilômetros

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia do Rio não encontrou impressões digitais dos acusados de matar o menino João Hélio, de 6 anos, arrastado por sete quilômetros preso ao cinto de segurança, no carro roubado da mãe dele, Rosa Cristina Fernandes, no dia 7 de fevereiro, na zona norte do Rio. O resultado do exame realizado pelo Instituto Félix Pacheco (IFP) foi divulgado nesta sexta-feira, 23, pelo delegado Hércules Pires do Nascimento, titular da 30.ª Delegacia de Polícia, em Marechal Hermes, e responsável pela investigação. Ele encaminhou o inquérito sobre o assassinato do menino nesta tarde à Vara Criminal de Madureira. Quatro jovens foram indiciados sob as acusações de latrocínio, formação de quadrilha ou bando armado e corrupção de menor. As penas de cada um, segundo Hércules, podem chegar a 40 anos. No caso do adolescente de 16 anos que integrava o grupo, pode chegar a três anos - o caso será analisado pela Vara da Infância e da Juventude. Cronologia do caso 7 de fevereiro: João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi arrastado por sete quilômetros preso ao cinto de segurança do carro de sua mãe, que havia sido roubado, na zona norte do Rio de Janeiro. 8 de fevereiro: Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, confessa ter dirigido o carro roubado, mas disse que não percebeu que o menino estava preso ao cinto. 13 de fevereiro: Sob vaias e ameaças os acusados da morte de João Hélio chegam à delegacia para acareação com o delegado Hércules Pires do Nascimento, que investiga o caso. Ele queria ouvir Carlos Roberto da Silva, de 21 anos, Carlos Eduardo Toledo, o Dudu, de 23 anos, Tiago Abreu Matos, de 19, e Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, para saber que participação cada um teve no crime. 14 de fevereiro: Câmara aprovou que os condenados por crimes hediondos terão direito ao benefício de progressão de pena e liberdade provisória depois de cumprirem 1/3 da pena. No caso dos reincidentes, terão de cumprir pelo menos metade da pena para ter o benefício. Antes, mesmo para os condenados por crimes hediondos, o benefício só era para quem cumprisse 1/6 de pena. Na prática, um condenado a 30 anos podia pleitear mudanças na internação depois de cinco anos. Com a mudança, quem tiver condenação semelhante só poderá pleitear benefícios com dez anos. 14 de fevereiro: De acordo com o projeto aprovado na Câmara agora é considerado falta grave o porte ou uso de telefones celulares e aparelhos de rádio comunicação dentro dos presídios. Além disso, agentes penitenciários e diretores de cadeias que facilitarem a entrada desses objetos nos presídios podem ser condenados de três meses a um ano de prisão. 15 de fevereiro: A Polícia Civil do Rio realizou uma simulação do crime para reforçar o depoimento de duas testemunhas-chave que foi essencial para identificar o assaltante que dirigia o veículo. 15 de fevereiro: Câmara dos Deputados aprovou o terceiro projeto de um pacote de medidas de segurança pública. O projeto de lei agrava a pena dos criminosos maiores de idade que usarem menores nas ações criminosas. A Comissão de Direitos Humanos do Senado também sancionou projeto com proposta semelhante. 16 de fevereiro: Rosa Cristina Fernandes, mãe de João Hélio, dá depoimento na polícia e desmente versão dos criminosos. Eles disseram que usavam arma de brinquedo no momento do assalto, mas, segundo ela, o som produzido no vidro do carro era feito por armas de metal que foram apontadas contra às vítimas. 28 de fevereiro: No Senado, o governo adiou para o dia 28 a votação, na Comissão de Constituição de Justiça, sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, nos casos de crimes hediondos. Também no dia 28 será examinada a emenda que propõe a criação de uma lei que, excepcionalmente, poderá desconsiderar o limite de punição penal.

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