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Leonardo Boff prevê mudança profunda

Por José Maria Mayrink
Atualização:

O teólogo Leonardo Boff terá um leitor privilegiado para seu mais recente livro, Francisco de Assis e Francisco de Roma - Uma nova primavera na Igreja?, que será lançado no dia 24 pela editora MardeIdeas, na Livraria da Vila da Alameda Lorena, em São Paulo. O papa mandou pedir um exemplar, ao saber do lançamento por meio de uma amiga de Buenos Aires. O arcebispo do Rio, d. Orani João Tempesta, entregará a encomenda, com dedicatória, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

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“Conheci o então padre Bergoglio em 1970, quando participamos como conferencistas de congresso sobre espiritualidade”, disse Boff, ex-frade franciscano que deixou o sacerdócio, mas não se afastou da Igreja, depois de ter sido punido pela Congregação para a Doutrina da Fé, na época presidida por Joseph Ratzinger, o papa emérito Bento XVI. O teólogo está otimista com Francisco e espera que seu pontificado traga mudanças. 

O livro analisa as palavras e gestos de Bergoglio no Vaticano, lembra suas posições sobre questões como a Teologia da Libertação e prevê inovações na vida da Igreja, por exemplo em relação aos padres que deixaram suas funções e se casaram. Esses padres poderiam ser readmitidos e seriam muito úteis para a pastoral, na avaliação de Boff. “A Igreja, hoje tão cheia de proibições, precisa ser um lar espiritual, em uma atmosfera acolhedora”, defende o teólogo.

A reforma terá de ser profunda e “não se restringirá à Cúria Romana em estado calamitoso”, exigindo talvez a convocação de um novo concílio, “com representantes de toda a cristandade, leigos, homens e mulheres, notáveis por seu saber, e das demais igrejas cristãs e ainda representantes de outras religiões e caminhos espirituais”. 

“Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja pobre, simples, evangélica e destituída de todo o aparato”, diz Boff, ao lembrar Francisco de Assis, que inspira o Francisco de Roma. O teólogo se entusiasma com a defesa que o papa faz da preservação da natureza, mais uma semelhança com o santo de Assis. Em sua avaliação, o papa Francisco poderá ser o grande inspirador da consciência ecológica e da responsabilidade solidária. 

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