PORTO ALEGRE - O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat) afirmou, em nota distribuída nesta quarta-feira, 8, que suas associadas foram prejudicadas pelos transportadores que adulteravam o leite recebido de pecuaristas e entregue ao beneficiamento. Também considerou "tranqüilizador" para a população "o fato de que todos os lotes identificados com problemas foram retirados do mercado e não se encontram mais à disposição do consumidor". Reiterou, ainda, que "os estoques disponíveis no varejo estão aptos para o consumo humano".
Fontes do Ministério da Agricultura admitem, no entanto, que é possível que alguns consumidores tenham em suas casas caixinhas do leite adulterado adquiridas antes da operação. Nesse caso, o produto deve ser destruído ou devolvido a quem o vendeu, que, por sua vez, deve encaminhá-lo de volta à indústria.
A fraude foi revelada nesta quarta-feira pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que investigou o caso com apoio do Ministério da Agricultura, Receita Federal e Brigada Militar. Três diferentes grupos de transportadores, sem ligações entre eles, adicionavam água e ureia ao leite que recolhiam das propriedades rurais e vendiam para a indústria. Oito pessoas foram presas em Guaporé, Ibirubá e Horizontina. Há um nono mandado, que ainda não foi cumprido porque o suspeito não foi encontrado. Um promotor que trabalhou no caso considerou a adulteração mais grave do que o tráfico de drogas porque a pessoa que consome não sabe que está sendo contaminado.