PUBLICIDADE

Mãe confessa assassinato de filha para 'tirar demônio'

Criança foi espancada e colocada com vida em porta-malas, onde morreu; corpo foi enterrado em cova de 50 cm no interior do Paraná

Por Julio Cesar Lima
Atualização:

CURITIBA - Maria Clara Zortea Ramalho, de seis anos, que estava desaparecida desde o início de março, foi morta pela mãe Vanessa Aparecida Ramos do Nascimento e pela amiga Giulia Albuquerque, após sofrer uma série de espancamentos. Segundo depoimento da mãe nesta terça-feira, 29, à polícia de Cascavel, era parte de um plano espiritual de Deus. Segundo ela, a garota era possuída por demônios. 

PUBLICIDADE

"Ela (amiga) dizia que Deus tinha um plano na minha vida e que Deus ia mudar a minha história, que eu ia ter marido, prosperidade e toda essa história, só que para eu receber isso tinha um plano espiritual que eu tinha que fazer", relatou. "E esse plano era corrigir os meus filhos e que, se eles fizessem alguma coisa errada, tinham que ser castigados. Eles tinham que apanhar."

No dia do crime, 4 de março, a menina, que já havia sido espancada, foi colocada ainda com vida no porta-malas do carro durante a madrugada como um processo de purificação. Pela manhã, Vanessa pediu para Giulia que a retirasse, mas ouviu da amiga que "Deus quer que ela fique um pouco mais".

A ossada da criança ainda está no Instituto Médico Legal (IML) de Cascavel e deverá ser liberado somente após os resultados do exame de DNA, o que deve levar dois meses.

Crime. A dupla contou à polícia que esse procedimento - de espancamento - fazia parte de um ritual de purificação para tirar um suposto demônio que havia na garota. No dia seguinte, 5 de março, as duas abriram o porta-malas e a encontraram sem vida.

"Tiramos Maria Clara do carro e levamos para casa. Ela me disse para sair e deixá-la fazer respiração boca a boca. Depois de dez minutos voltei para o cômodo e vi que ela estava morta", contou, conforme depoimento exibido pela emissora CATVE.

Depois disso, elas foram até uma localidade em Santa Tereza do Oeste, a 517 quilômetros de Curitiba, e a enterraram em uma cova com 50 centímetros de profundidade.

Publicidade

Vanessa também é mãe de uma garota de dois anos que testemunhou todas as cenas. "No carro, levamos a Emily na cadeirinha e a Maria Clara no porta-malas."

Após o desaparecimento de Maria Clara, o pai da criança fez um boletim de ocorrência e procurou o Conselho Tutelar. O crime só foi descoberto nesta segunda-feira, 28.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.