Manifestação contra morte de dois jovens causa transtornos no trânsito do Rio

Moradores queimaram um ônibus, uma retroescavadeira e um banheiro químico; houve troca de tiros

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Por Thaise Constancio
Atualização:

RIO - Uma manifestação contra a morte de dois jovens que teriam trocado tiros com policiais militares causou transtornos na região de Jacarepaguá, zona oeste do Rio, na manhã desta terça-feira, 11. Eles seriam da favela Bateau Mouche, na Praça Seca, em Jacarepaguá. Durante o protesto, houve troca de tiros, mas não há informações sobre feridos.

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Moradores dos morros vizinhos São José Operário, Covanca e Chacrinha queimaram um ônibus, uma retroescavadeira e um banheiro químico usado pelos operários das obras da via expressa Transcarioca. Eles também arremessaram pedras em uma viatura do Grupo de Ações Táticas (GAT) que ficou com os vidros quebrados. Dois menores foram detidos, um deles com uma garrafa de gasolina, e foram encaminhados para a 29ª DP, em Madureira, zona norte.

O protesto começou por volta das 7h. Os manifestantes fecharam os dois sentidos da Rua Cândido Benício, que liga os bairros de Campinho e Tanque, na zona oeste. Policiais do Batalhão de Choque chegaram ao local por volta das 8h15. A via foi liberada por volta das 9h, mas o Choque permaneceu no local. Os policiais ocuparam os acessos da favela Bateau Mouche, mas barricadas foram colocadas no local, impedindo a passagem das viaturas.

Segundo a PM, policiais do 9º Batalhão (Rocha Miranda), na zona norte, patrulhavam a Avenida dos Italianos, em Rocha Miranda, por volta de 1h da manhã e desconfiaram de duas motos que circulavam com quatro homens. Após a abordagem policial, houve troca de tiros que terminou com dois mortos, um ferido que foi levado para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, zona norte, e um foragido.

O grupo é acusado de praticar assaltos na região. Na madrugada desta terça, uma vítima registrou na 40ª Delegacia de Polícia (DP), em Honório Gurgel, zona norte, o furto de um cordão de prata e R$ 980 em espécies, que foram encontrados com o grupo e devolvidos ao dono. Dois dos suspeitos foram reconhecidos pelas vítimas. Uma pistola calibre 7.65 e as duas motos usadas na ação também foram apreendidas.

As favelas da Praça Seca são disputadas por quadrilhas rivais pelo controle dos pontos de venda de drogas. No dia 24 de fevereiro, uma companhia destacada com 60 policiais militares foi instalada em três bases (São José Operário, Bateau Mouche e Praça Barão de Taquara). Mesmo assim, já houve troca de tiros na região.

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