Manifestações no Palácio estão proibidas há 21 anos

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Por Redação
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O tempo de protestos em frente ao Palácio dos Bandeirantes terminou há 21 anos. A partir de 1987, a proibição de manifestações populares foi determinada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em 20 de outubro daquele ano, a SSP baixou a Resolução 141, segundo a qual as vias públicas ao redor da sede do Poder Executivo Estadual passaram a ser consideradas Área de Segurança. Por isso, manifestações populares programadas para esses locais devem ser obrigatoriamente desviadas para áreas afastadas da zona determinada pela lei, que abrange as Avenidas Morumbi e Giovani Gronchi e as Ruas Combatentes do Gueto, Rugero Fazzano e Padre Lebret, palco do conflito entre policiais civis e militares ontem. Alguns episódios foram determinantes para o estabelecimento de tal resolução. O pior deles ocorreu em abril de 1983, quando uma marcha com cerca de 5 mil desempregados partiu do Largo 13 de Maio, zona sul de São Paulo, rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Depois de esperarem por cerca de três horas por um pronunciamento do então governador Franco Montoro (PMDB), os manifestantes derrubaram a grade da sede do governo paulista, numa tentativa de invadir o local. Nem sempre, no entanto, as manifestações populares resultaram em vandalismo. Em março de 1984, cerca de 15 mil professores da rede estadual de ensino se concentraram na frente do Palácio para reivindicar seus direitos. O ato pacífico foi festejado pelas lideranças. Contudo, a história de enfrentamentos na sede do Poder Executivo paulista teve novo capítulo em setembro de 1999, sob governo de Mário Covas (PSDB). Milhares de servidores - cerca de 6 mil segundo a PM, e de 30 mil, de acordo com organizadores - protestaram contra projeto de reforma previdenciária. Vários objetos foram atirados contra o governador, que foi atingido no peito por um ovo. Antes do conflito entre policiais ontem, o episódio mais recente ocorrera ano passado. Entre 3 mil e 5 mil estudantes, professores e funcionários da USP pretendiam chegar ao Palácio dos Bandeirantes para negociar com José Serra (PSDB), mas foram impedidos pela PM. TRÂNSITO PREJUDICADO Apesar de a manifestação de ontem ter se concentrado na zona sul, os reflexos no trânsito foram sentidos em toda a cidade. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontou 111 quilômetros de lentidão às 17 horas, quando o habitual gira em torno de 60 quilômetros. A via mais prejudicada foi o Corredor Norte/Sul, que ficou totalmente parado na altura da Praça da Bandeira e apresentou lentidão superior a 8 quilômetros nos dois sentidos. FÁBIO VENDRAME e RENATO MACHADO

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