O pai de uma participante de 12 anos do programa MasterChef Júnior, da Band, afirmou que a menina foi “resguardada de todas as publicações vergonhosas”, pois ele e a mulher administram as redes sociais da filha. A criança virou alvo de assédio sexual em mensagens divulgadas nas redes sociais.
Após a estreia do programa, na terça-feira, o nome da menina entrou para a lista de tópicos mais comentados no Twitter. “Panela nova é que faz comida boa”, dizia um dos comentários. “Se tiver consenso é pedofilia?”, indagava outro usuário. Nesta quinta, uma página de “admiradores” da menina foi criada no Facebook. No espaço virtual foram compartilhadas fotos da jovem e textos “defendendo” os elogios atribuídos a ela. Os perfis foram excluídos após ampla repercussão na rede.
O empresário Alexandre Schulz, pai da garota, afirmou que a menina foi “resguardada de todas as publicações vergonhosas”. Ele e a mulher administram as redes sociais da filha. “Como pais da participante do MasterChef Júnior, temos monitorado cada situação que ocorre nos canais sociais e, principalmente, ressaltamos a demonstração de carinho que temos recebido de amigos e fãs em incentivar a participação dela no programa de forma divertida e saudável”, afirmou ele por e-mail.
O pai disse ainda repudiar qualquer manifestação “vexatória ou que tenha conotação sexual envolvendo uma criança”. Schulz disse que analisa com o canal os procedimentos jurídicos a serem adotados. Pediu, enfim, que o nome da filha não seja divulgado para evitar que outras pessoas compartilhem as mensagens criminosas.
A Band, em nota, lamentou o episódio. “A Band repudia e lamenta essas desagradáveis manifestações de extremo mau gosto. O foco do programa é o talento das crianças e nem de longe há qualquer provocação a esse tipo de estímulo”, disse a emissora, em nota.
Denúncias. Só em 2014, o site SaferNet Brasil, que recebe informações anônimas sobre discriminação e pedofilia na rede, registrou 51.553 denúncias de pornografia infantil em 22.789 sites diferentes. E 3.283 links foram removidos.
“Às vezes, tem gente que quer denunciar o caso e acaba dando publicidade ao conteúdo. É preciso compartilhar a indignação, não o conteúdo em si. Senão se expõe ainda mais a menina que, neste cenário que se criou em poucas horas, ficou totalmente exposta”, disse o diretor do site, Rodrigo Nejm.