PUBLICIDADE

Menos de 20% das cidades usam tecnologias para monitorar o trânsito

Pesquisa da FGV Projetos revela que municípios ainda estão longe de aproveitarem as tecnologias para facilitar o cotidiano dos moradores; estudo foi feito com 31 prefeituras brasileiras

Por Clarissa Thomé
Atualização:

RIO - Uma pesquisa da FGV Projetos mostra como ainda está longe de as cidades brasileiras aproveitarem o melhor da tecnologia para facilitar o cotidiano dos seus moradores. Levantamento feito com 262 gestores e funcionários de 31 prefeituras (20 capitais e 11 municípios com mais de 200 mil habitantes) revela que, embora todos reconheçam a importância da tecnologia, menos de 20% a utilizam para controlar o trânsito e 10% monitoram crimes, por exemplo.

PUBLICIDADE

O resultado do estudo será apresentado no seminário Cidades Inteligentes - financiamento, governança e planejamento, realizado nesta terça-feira, 27, no Rio de Janeiro. "A cidade inteligente transcende da tecnologia, ela é humana, criativa, resiliente, que se adapta, interage com o cidadão e torna mais fácil o cotidiano. Durante algum tempo o conceito de cidade inteligente estava associada à tecnologia, mas ela é um ferramenta, um meio", ressalta o diretor da FGV Projetos, Carlos Augusto Costa.

Na pesquisa, metade dos entrevistados disse que as prefeituras não usam nenhum tipo de tecnologia. E aqueles que a utilizam, o fazem de forma tímida - 25% dos entrevistados disseram que publicam informações na internet, como tamanho da população, atividade financeira; outros 25% oferecem algum tipo de serviço, como consulta ao IPTU.

"Chama a atenção o fato de 19% utilizarem a tecnologia para controlar o trânsito. É um índice relativamente baixo, quando se leva em consideração que estamos falando de capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes, onde um dos principais problemas é a mobilidade urbana", ressalta Costa.

Os gestores também informaram que utilizam tecnologia para mapear o uso do solo (13%), monitorar o crime (10%) e integrar agências governamentais (7%). "Há espaço para que cidades e gestores utilizem tecnologia em prol da vida do cidadão. Com os smartphones, por exemplo. Se eu ando um trecho a pé, ou vou de bicicleta até o trem ou o ponto do ônibus, se eu tiver informação dos horários dos modais, utilizaria melhor meu tempo. A ideia é que se utilizem ferramentas para dar informações importantes para a vida do cidadão e melhorar qualidade de vida, reduzir tempo de deslocamento."

Costa cita como exemplos positivos a criação dos corredores exclusivos de ônibus, em Curitiba, ou a criação do Centro de Operações Rio, que integra 30 órgãos que monitoram a capital fluminense e capta imagens de 560 câmeras espalhadas pela cidade. "É preciso planejar as cidades para que o cidadão possa realizar tudo o que precisa com uma caminhada de 20 minutos - ir ao hospital, ao trabalho, levar o filho à escola, fazer compras no mercado", defende.

Os gestores apresentaram como argumentos para a baixa inovação tecnológica a falta consenso político sobre investimentos em educação (58%), o custo (49%) e falta de conhecimento técnico (39%).

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.