São Paulo vai amanhecer sem ônibus e metrô nesta segunda-feira, 23. Os sindicatos das duas categorias vão atrasar o início das operações para organizarem um ato de protesto contra o Congresso Nacional. As categorias lutam pela manutenção de um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3, como ficou conhecida a proposta aprovada pelos parlamentares proibindo auditores fiscais de multar empresas prestadoras de serviços, mesmo se julgarem que esses contratos estejam disfarçados de relações empregatícias. Os metroviários vão atrasar o início das operações das 4h30 para as 6h30, quando pretendem liberar o acesso nas estações. Os motoristas e cobradores de todas as empresas da capital (18 empresas com cerca de 1.300 motoristas) vão retardar a saída das 29 garagens das 3h30 para as 6h30. As informações são dos sindicatos das duas categorias. Após o protesto, os sistemas de transporte voltarão a funcionar. Devem ficar de fora do protesto os trabalhadores das cooperativas que operam microônibus (linhas locais). A Companhia do Metropolitano de São Paulo informa que conseguiu uma liminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) obrigando que os metroviários operem 80% dos trens a partir das 4h30 e toda a frota a partir das 6 horas, quando correr o horário de pico de passageiros pela manhã. A direção do Metrô alega que a paralisação ?nada tem a ver com as condições de trabalho dos metroviários nem com reivindicações salariais e que a sociedade não pode ficar refém da vontade de uma única categoria profissional.? O diretor de imprensa do Sindicato dos Metroviários, Manuel Xavier Lemos Filho, afirmou ontem à tarde que a categoria vai manter a paralisação prevista até as 6h30. ?É uma decisão dos trabalhadores. O turno da noite não vai pegar os trens e abrir as estações. Vamos também organizar um ato, às 5 horas, em frente do terminal de ônibus da estação Itaquera com a presença de outras centrais sindicais?, disse. Rodízio mantido O prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que o secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, já tinha conversado com as empresas de ônibus contratadas pela administração para transmitir a responsabilidade contratual para operarem suas frotas. ?Não temos a intenção de suspender o rodízio municipal porque não acreditamos em uma paralisação dos ônibus. Mas, em virtude da possível paralisação do metrô determinei que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) esteja com todo seu efetivo na rua desde as primeiras horas do dia, procurando dar todo auxílio ao motorista?, ressaltou Kassab.