Ministro defende a punição de PMs que participaram de motim

Sérgio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, descartou possibilidade de o Exército fazer patrulhamento da Alerj

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Por Tania Monteiro
Atualização:
Militares patrulham orla da Praia de Copacabana, no Rio Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

BRASÍLIA - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, disse ao Estado que “neste momento não há nenhum indicativo que sinalize a necessidade de as Forças Armadas permanecerem no Rio após o dia 22”. O general afirmou ainda que os policiais do Espírito Santo e do Rio que integraram o motim “têm de ser enquadrados e punidos”, assim como quem incitou o movimento. 

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Ele destacou também que “o governo não vai apoiar nenhum projeto no Congresso de anistia aos policiais militares”. A bancada da bala no Legislativo já articula projetos nesse sentido.

O ministro Etchegoyen também descartou qualquer possibilidade de o Exército fazer o trabalho de patrulhamento ou de segurança da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, sobretudo para votações de projetos de interesse do governo, como pleiteou o Estado. “As Forças Armadas não vão para a Alerj. Este é um trabalho a ser feito pela Força Nacional e pela Polícia Militar do Rio de Janeiro”, avisou o ministro. 

Etchegoyen não quis comentar sobre o incômodo dos militares com o emprego constante das Forças Armadas e por tempo prolongado. Oficiais-generais ouvidos pelo Estado alegam que deixar as tropas federais durante o carnaval, no Rio, seria uma espécie de senha para que os PMs prorrogassem a greve e deixassem o Exército, a Marinha e a Aeronáutica assumir a segurança do Estado. 

"A missão de Garantia da Lei e da Ordem é constitucional, mas ela tem de ser excepcional, eventual e pontual, não de devendo ser prolongada e sim limitada no tempo e no espaço", disse o ministro, reconhecendo que o pedido de Pezão foi "extenso" e "genérico", mas ressaltou que "as condições e prioridades de emprego serão determinadas pelo Ministério da Defesa".

O ministro classificou ainda como "privilegiada" a carga horária de várias polícias militares, sem citar quais seriam elas. No caso do Rio, a escala de trabalho do policial militar é de 24 horas seguida de 72 horas de descanso. "Um horário como este é especialíssimo, um privilégio em relação a outras categorias", comentou o ministro. No caso das Forças Armadas, o militar trabalha 24 horas, descansa sete horas e volta para a nova escala.

Outro problema de permanência por mais tempo é o alto custo porque exige transporte de tropas, inclusive de um Estado para o outro. "Tudo tem de ser muito bem avaliado", comentou.

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