PUBLICIDADE

Moradores de Jurerê temem piora na zeladoria

Associação de bairro cuida da manutenção, mas ficou sem ajuda de dona do terreno onde estão os clubes

Por Bruno Ribeiro
Atualização:

FLORIANÓPOLIS - Mais do que a perda de pontos turísticos em Jurerê Internacional, moradores temem que as demolições mudem a qualidade de vida na área. Com segurança reforçada pelo esquema de câmeras que cercam o bairro, praia limpa diariamente e densa cobertura vegetal entre a areia e as casas, mesmo no inverno Jurerê lembra um condomínio fechado.

Essas características atraem gente do País todo para morar ali – entre elas Paulo André Jukoski da Silva, de 53 anos, o Paulão, medalha de ouro no vôlei na Olimpíada de 1992.

Mais do que a perda de pontos turísticos em Jurerê Internacional, moradores temem que as demolições mudem a qualidade de vida na área Foto: Ramiro Furquim/Estadão

PUBLICIDADE

Paulão coordena um centro esportivo no bairro, mantido pela incorporadora Habitasul, mas frequenta o local “há anos”. Para ele, o litígio entre a empresa e a Associação de Proprietários e Moradores de Jurerê Internacional, que propôs a primeira ação civil contra os beach clubs, pode resultar em menos cuidados no bairro.

“A praia e o Passeio dos Namorados (passarela de pedras portuguesas no meio da vegetação que circunda a praia) já não são bem cuidados como antigamente. Isso não poderia mudar”, afirma o ex-jogador.

A associação tem acordo de concessão com a Prefeitura para fazer a zeladoria das áreas públicas do bairro. Até 2015, a Habitasul era uma das associadas e injetava recursos para ajudar na zeladoria, além de ceder espaços para escritórios da entidade. Agora, após os problemas, a associação tem de custear os serviços com verba própria.

“Tem uma passarela que desmoronou há meses e não foi consertada ainda. Antes, não era assim. À noite, tem gente que já não anda no Passeio dos Namorados porque as lâmpadas estão queimadas. No verão, tinha muita sujeira na praia, como nunca teve antes”, reclama o corretor de imóveis Antônio Bandeira, de 61 anos.

A zeladoria continua, diz o presidente da associação, Sérgio Rodrigues da Costa. “Estamos contratando a reforma da passarela.” A Habitasul confirma que deixou de colaborar com a associação.

Publicidade

Outro receio é com o turismo. “A derrubada do hotel e dos beach clubs nos tiraria da lista de dez destinos do País”, diz Vinícius de Luca, secretário de Turismo de Florianópolis. Ele afirma ainda que a manutenção da praia será mantida e não gera custos excessivos à cidade.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.