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Mortes em Roraima demonstram 'falta de controle das autoridades', diz Human Rights Watch

A organização de direitos humanos disse que as mortes não são acidentais e que o sistema prisional brasileiro precisa de uma reforma estrutural 'profunda e urgente'

Por Isabela Palhares
Atualização:
Penintenciária Agrícola de Boa Vista Foto: Cyneida Correia

SÃO PAULO - A morte de 31 presos na Penitenciária Agríciola de Boa Vista (PAMC), em Roraima, nesta sexta-feira, 6, demonstra mais uma vez a falta de controle das autoridades brasileiros sobre o que acontece dentro dos presídios, disse a ONG Human Rights Watch. O massacre em Roraima acontece quatro dias após a morte de 60 detentos em duas penitenciárias de Manaus. 

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A advogada Maria Laura Canineu, diretora no Brasil da Human Rights Watch, disse que as mortes "não são acidentais". "Resultam de décadas de negligência das autoridades brasileiras. O sistema prisonal precisa de uma reforma estrutural profunda e urgente que passa pela ampliação das alternativas à prisão, garantia de assessoria jurídica para os presos e eliminação dos atrasos judiciais injustificados", disse em nota. 

Ela disse ainda que é necessário que o Estado garanta  a ressocialização por meio de programas educacionais e de trabalho, e cumpra a legislação internacional e nacional sobre a separação dos presos.

E ressalta que os episódios em Roraima e Manaus demonstram a necessidade de o país revisar sua "política retrógada de drogas". "Que resulta no encarceramento de milhares de pessoas por quantidades pequenas de drogas", concluiu Maria Laura. 

A organização de direitos humanos tem trabalhado mais diretamente com as prisões brasileiras desde os assassinatos em série no Complexo de Pedrinhas, no Maranhão, em 2013.

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